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Filme do Dia: Bocage, O Triunfo do Amor (1997), Djalma Limongi Batista

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B ocage, O Triunfo do Amor (Brasil, 1997) Direção: Djalma Limongi Batista. Rot.Original: Gualter Limonge Batista & Djalma Limongi Batista. Fotografia: Djalma Limongi Batista & Zeca Abdalla. Música: Livio Trachtenberg. Montagem: José Carvalho Motta. Com: Victor Wagner, Francisco Farinelli, Vietia Rocha, Majô de Castro, Daniela Previdello.            Diversas histórias do lendário poeta português Manuel Maria Barbosa du Bocage (Wagner) são entremeadas com sua própria vida, como seu caso com a prostituta Manteigui assim como simultaneamnte com Olinda e Alzira (Castro), a morte de seu fiel amigo Josino (Farinelli), seu encontro com dois frades que lêem avidamente suas aventuras - mote que une diversas das histórias apresentadas. Representa uma produção pouco comum dentro da cinematografia brasileira de sua época. Reúne uma elaborada estilização visual que consegue extrair muito dos cenários naturais que explora como Ouro Preto com uma narrativa não-linear e uma infinidade

Filme do Dia: Maria Helena - A Mulher de Todos (2015), Cristiano Souza

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M aria Helena – A Mulher de Todos (Brasil, 2015). Direção: Cristiano Souza. Com: Castanha, Mário Cardona, Levi Vieira, Thiago Lopes. Cobiçada por todos, Maria Helena (Castanha) é explorada por seu cafetão Marcelão. Ele quer que ela participe de filmes pornôs. Ela, por sua vez, pretende buscar o verdadeiro amor. Curta pretensamente cômico que, na verdade, com sua tentativa escrachada de humor a partir da figura-título, travesti, apenas reforça os estereótipos e preconceitos vinculados a tal universo. Guardadas as devidas proporções, o retrato do travesti é tão caricato quanto as incursões do Primeiro Cinema em relação às mulheres e pessoas do campo, com o diferencial de que muitas daquelas produções se encontravam entre a vanguarda do que se produzia em termos de imagem e movimento então e que se continuar com tal tipo de opção em termos de humor, mais de um século após não é exatamente algo digno de elogio. Sua referência ao filme de Sganzerla no título parece soar ainda mais e

Filme do Dia: O Ente Querido (1965), Tony Richardson

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O  Ente Querido ( The Loved One , EUA, 1965). Direção: Tony Richardson. Rot. Adaptado: Terry Southern & Christopher Isherwood, baseado no romance de Evelyn Waugh. Fotografia: Haskell Wexler. Música: John Addison. Montagem: Hal Ashby & Brian Smedley-Aston. Dir. de arte e Figurinos: Rouben Ter-Arutunian. Cenografia: James W. Payne. Com: Robert Morse, Jonathan Winters, Anjanette Comer, John Gielgud, Dana Andrews, Milton Berle, James Coburn, Liberace, Tab Hunter, Margaret Leighton, Roddy McDowall, Robert Morley, Barbara Nichols. Dennis Barlow (Morse), jovem britânico com pretensões a poeta, viaja para Los Angeles, onde se encontra com o velho tio Sir Francis Hinsley (Gielgud), que após 31 anos de serviços para um estúdio cinematográfico, é despedido de forma humilhante. Barlow descobre o corpo do tio suicida e, a partir daí, conhece todo o universo místico particular que envolve o monumental cemitério   de Whispering Glades, onde seu tio terá os serviços fúnebres, apaixonan

Filme do Dia: Paris is Burning (1990), Jennie Livingston

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P aris is Burning (EUA, 1990). Direção: Jennie Livingston. Fotografia: Paul Gibson. Montagem: Jonathan Oppenheim. Documentário que registra a cena gay nova-iorquina de grupos de latinos e negros de baixo poder aquisitivo, que realizam seus próprios sonhos em bailes, onde são distribuídos troféus para as mais diversas categorias de fantasias e coreografias. Com imagens registradas nos quatro anos que antecedem o seu lançamento, o filme constrói, por vezes a partir do perverso contraste entre os sonhos de glamour e riqueza de seus entrevistados e a realidade bastante sofrida vivenciada no dia-a-dia, sobretudo no caso de um travesti que presta vários depoimentos e é assassinado durante a produção do filme. Falta uma melhor estruturação ao   filme que funciona, no entanto, como interessante registro de um período que seus participantes já crêem terminado – o do glamour dos bailes; embora a cronologia varie, a depender da idade dos depoentes: uma drag madura lembra do tempo em que o

Filme do Dia: O Destino (1997), Youssef Chahine

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O  Destino ( Al Massir , Egito/França, 1997). Direção: Youssef Chahine. Rot. Original: Youssef Chahine & Khaled Youssef. Fotografia: Mohsen Nasr. Música: Yehia El Mougy & Kamal El Tawil. Montagem: Rashida Abdel Salam. Dir. de arte: Hamed Hemdan. Figurinos: Nahed Nasrallah. Com: Nour El-Sherif, Laila Eloui, Mahmoud Emida, Safia El Emari, Khaled El Nabaoui, Abdalla Mahmoud, Mohamed Mounir, Magdi Idris, Ahmed Fouad Selim.               No século XII, em Córdoba, o filósofo Averroes (El-Sherif), conhecido por pregar uma leitura aberta do livro máximo islâmico, o Corão, passa ser boicotado pelo Califa Al-Mansour (Hemida), que pretende manipular mais facilmente as massas para o conflito contra os espanhóis, com sua leitura cega e literal do mesmo. Porém, o Califa se decepciona com as atitudes dos próprios filhos, a quem nunca deu muita atenção. Enquanto Abdalla (Salama) só pensa em dançar e se divertir, tornando-se posteriormente um fanático religioso, o outro se torna um dis

Filme do Dia: O Médico e o Monstro (1920), John S. Robertson

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O  Médico e O Monstro ( Dr. Jekyll and Mr. Hyde , EUA, 1920). Direção: John S. Robertson. Rot. Adaptado: Clara Beranger baseado no romance de Robert Louis Stevenson. Fotografia: Roy F. Overbaugh. Dir. de arte: Robert M. Haas & Clark Robinson. Cenografia: Charles O. Seessel. Com: John Barrymore, Charles Lane, Brandon Hurst, Cecil Clovely, Nita Naldi, Martha Mansfield, George Stevens, J. Malcolm Dunn. O caridoso e reconhecido médico Dr. Jekyll (Barrymore) investe em suas pouco ortodoxas teorias que irritam o colega conservador, Dr. Richard Lanyon (Lane). Enquanto isso a filha do aristrocrata Sir George Carew (Hurst), Millicent (Mansfield), sente-se motivo de pouca ou nenhuma atenção do médico. Jekyll consegue obter uma fórmula secreta em que se transforma no malévolo Hyde, explorando a cantora de vaudeville Gina (Naldi). As súbitas transformações de Jekyll e sua cada vez mais ausente vida social despertam suspeitas. Enquanto Hyde ele assassina George Carew. Richard Lanyon tes

Filme do Dia: Red Riding Hood (1931), Harry Bailey & John Foster

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R ed Riding Hood (EUA, 1931). Direção: Harry Bailey & John Foster. Essa versão um tanto alucinada de Chapéuzinho Vermelho, no qual a garota, próxima da representação do primeiro Mickey Mouse, vai a casa da Avó e a encontra completamente revigorada por um tônico a base de jazz e saindo da sua situação de moribunda para uma lépida e fagueira dançarina e apaixonada por um priápico Lobo Mau é bastante representativa desse momento pré-Código Hays e domínio do padrão Disney de animação. O próprio estúdio que o produziu, não muito tempo após estaria realizando insípidas animações coloridas. Aqui, os traços mais primários e um senso anárquico mais próximo da primeira série do Gato Félix é que ditam o tom.  E não faltam cenas hilárias como a que a Avó se transforma de velha moribunda em jovem coquete em questão de segundos, que ela procura se desembaraçar da neta e fugir com o Lobo já vestida como noiva e a interrupção do casamento provocado pela esposa do Lobo e um enorme cortejo de

Filme do Dia: Quando Eu Era Vivo (2014), Marco Dutra

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Q uando Eu Era Vivo (Brasil, 2014). Direção: Marco Dutra. Rot. Adaptado: Gabriel Amaral Almeida & Marco Dutra, a partir do romance A Arte de Produzir Efeito Sem Causa . Fotografia: Ivo Lopes Araújo. Música: Marco Dutra, Guilherme Garbato & Gustavo Garbato. Montagem: Bernardo Barcellos & Juliana Rojas. Dir. de arte: Luana Demange. Figurinos: Diogo Costa & Tarsila Furtado. Com: Antônio Fagundes, Marat Descartes, Sandy Leah, Gilda Nomacce, Helena Albergaria, Tuna Dwek, Rony Koren, Carlos Albergaria, Kiko Bertholini. Desempregado e recém-separado da mulher, Júnior (Descartes) volta a morar no apartamento do pai (Fagundes), de onde tem lembranças intensas de sua infância e dos rituais que fazia com o irmão, Pedro (Libeskind), comandados pela mãe (Albergaria).   Júnior tem que dormir no sofá da sala, já que existe uma inquilina, Bruna (Leah), que ocupa seu quarto. Ele decide morar no pequeno quarto onde reencontra velhas quinquilharias dos tempos da infância e passa a

Filme do Dia: Pateta no Trânsito (1950), Jack Kinney

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P ateta no Trânsito ( Motor Mania , EUA, 1950). Direção: Jack Kinney. Rot. Original: Dick Kinney & Milt Schaffer. Música: Paul J. Smith. Um dos mais populares curtas do estúdio com o passar dos anos, mesmo que longe de ser dos mais bem sucedidos, em grande parte deriva sua continuada atração ao fato de lidar, de forma “documental”, com o tema da violência no trânsito, servindo até hoje, sete décadas após, como peça de apoio para educação no transito e, em termos cinematográficos, pela inesquecível transformação do pacífico Sr. Andante, incapaz literalmente de pisar numa formiga, no Sr. Volante, evidentemente evocativa de O Médico e o Monstro ; tal como no célebre romance, a figura burguesa assexuada e cortês se transforma numa besta-fera capaz de vociferar impropérios, atravessar por cima de poças somente para molhar pedestres e abalroar os carros quando sai do local onde se encontrava estacionado. Ainda que a transformação tenha seu apelo, pois igualmente tal como no rom

Filme do Dia: O Último Mergulho (1992), João César Monteiro

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O  Último Mergulho (Portugal/França, 1992). Direção e Rot. Original: João César Monteiro. Fotografia: Dominique Chapuis. Montagem: Stéphanie Mahet. Figurinos: Isabel Branco. Com: Fabienne Babe, Canto e Castro, Francesca Prandi, Rita Blanco, Dinis Neto Jorge, Catarina Lourenço, Fabienne Monteiro, Teresa Roby. Samuel (Jorge), jovem rapaz,   desiste da ideia do suicídio quando um homem já velho, Eloi (Canto e Castro), convida-o para beber. Com uma mulher inválida, Elói leva Samuel para a noite e para o sexo com sua filha, Esperança (Babe), porém   posteriormente pratica o suicídio. Embora aparentemente seja um filme bem mais convencional que a média do cineasta, da metade para o final tal impressão se desfaz por completo. Até por volta de sua primeira metade a narrativa segue uma decupagem relativamente convencional, em termos do encadeamento das ações, que representam a aventura dos personagens pela noite lisboeta, ao mesmo tempo que o filme oferece uma comovente generosidade

Filme do Dia: City Hall to Harlem in 15 seconds, Via the Subway Route (1904), Edwin S. Porter

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C ity Hall to Harlem in 15 Seconds, Via the Subway Route (EUA, 1904).  Fotografia: Edwin S. Porter.   Chama imediatamente atenção pelo título, evidente alusão às vistas que muitas vezes faziam uso dos meios de transporte para apresentar aspectos da modernidade das grandes cidades do mundo e que muitas vezes também compartilhavam longos títulos descritivos. Porém aqui se trata de uma evidente brincadeira com o gênero – do qual o próprio Porter muitas vezes contribuiu (tal como em  Cannoeing    on   the  Charles River, Boston, Mass . , do mesmo ano). Um homem entra na linha metroviária e provoca uma explosão que o leva via aérea durante os 15 segundos que faz menção o título pela linha do metrô até cair na casa de uma moradora do Harlem.  Edison Manufacturing Co. 2  minutos  e 31  segundos .  

Filme do Dia: Ryan (2004), Chris Landreth

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R yan (Canadá, 2004). Direção: Chris Landreth. Música: Fergus Marsh & Michael White. Montagem: Alan Code . Engenhoso e tocante tributo a um dos grandes nomes da animação canadense dos anos 60 Ryan Larkin, hoje vivendo de esmolas em Montreal. Landreth conseguiu fundir nesse seu tributo não apenas a dimensão biográfica – com a presença de depoimentos de pessoas ligadas a Larkin, além do próprio – como trechos da própria obra e do auge da carreira do realizador, quando chegou a ser indicado ao Oscar de animação. Tudo isso realizado através de uma forma de animação em 2D grandemente tributária da originalidade do artista a quem retrata. Enquanto a arte de Larkin dizia respeito a sua brilhante utilização e domínio da técnica do movimento, um dos destaques da animação de Landreth é seu inventivo uso de imagens de ação ao vivo para compor seus personagens animados. Oscar de animação. Cooper Heart Ent./National Film Board of Canadá. 14 minutos.

Filme do Dia: Paraíso Remoto (2004), Frédéric Tremblay

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P araíso Remoto ( Un Jour Ordinaire pas comme les Autres , Canadá, 2004). Direção: Frédéric Tremblay. Rot. Original: Alexis Martin & Frédéric Tremblay. Música: Dennis Larochelle. Montagem: Natacha Dufaux. Duas crianças fazem uma viagem para uma ilha remota após o tédio mortal que segue a explosão da televisão do apartamento onde vivem. Criativa e inteligente animação em tinta sobre papel colorida por computador, no qual a aventura extraordinária vivida pelas crianças pode ser representativa da imaginação reprimida por uma programação televisiva repetitiva e inexpressiva. Ao mesmo tempo, ironicamente finalizam afirmando que não foi mais que uma tarde como as outras que dá nome ao título original. ONF. 7 minutos.

Filme do Dia: A Bela Junie (2008), Christophe Honoré

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A  Bela Junie ( La Belle Personne , França, 2008). Direção: Christophe Honoré. Rot. Original: Christophe Honoré & Gilles Taurand. Fotografia: Laurent Brunet.   Música: Alex Beaupain. Música: Chantal Hymans. Dir. de arte: Samuel Deshors & Emmanuelle Cuillery. Com: Louis Garrel, Léa Seydoux, Grégoire Leprince Ringuet, Esteban Carvajal-Alegria, Simon Truxillo, Agathe Bonitzer, Anaïs Demostier, Valerie Lang. Junie (Seydoux) muda de escola logo após a morte da mãe e passa a viver na casa do primo Matthias (Carvajal-Alegria). A beleza plácida e algo melancólica de Junie atrai a atenção do companheiro de sala Otto (Ringuet), que se apaixona por ela. Eles passam a namorar. O professor de italiano Nemours (Garrel) se apaixona perdidamente por ela e dispensa suas duas amantes. A situação se torna crítica quando uma carta na sala é tida como de Nemours para Junie, quando na verdade se trata do amante de Matthias. Junie decide se afastar quando sabe que irá corresponder ao amor d

Filme do Dia: Minha Pobre Mãe Querida (1948), Homero Manzi & Ralph Pappier

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Minha Pobre Mãe Querida ( Pobre, Mi Madre Querida , Argentina, 1948). Direção: Homero Manzi & Ralph Pappier. Rot. Original: Pascual Conturzi & Homero Manzi.  Fotografia: Bob Roberts. Música: Alejandro Guttiérrez del Barrio. Montagem: José Gallego & Nicolás Proserpio. Dir. de arte: Carlos Ferraroti & Ralph Pappier. Com: Hugo del Carril, Emma Gramatica, Aida Luz, Graciela Lecube, Horacio Priani, Maria Esther Buschiazzo, Leticia Scury, Pablo Cumo. De uma velha (Grammatica) que vaga pelas ruas com cachorros a segui-la se observa a motivação para ter ficado em tal estado. Mãe dedicada e cuidadosa do charmoso cantor de tangos, Ramón (Carril), que abandona o emprego e a namorada (Lecube) por uma mulher leviana que encontra ao acaso (Luz), e que lhe desperta a paixão. Embora exista toda uma temática de amour fou com final trágico, chama mais atenção aos olhos de hoje a cuidadosa criação atmosférica de um ambiente de época ( belle époque ) empreendida com relativo esm

Filme do Dia: Magical Mystery Tour (1967), The Beatles

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M agical Mystery Tour ( Reino Unido, 1967). Direção: The Beatles. Rot. Original: The Beatles, a partir de uma ideia de Paul McCartney. Fotografia: Daniel Lacambre. Música: The Beatles. Com: George Harrison, John Lennon, Paul McCartney, Ringo Starr, Jessie Robins, Mal Evans, Ivor Cutler, Victor Spinetti, Maggie Wright, Jan Carson, Nat Jackley, George Claydon, Derek Royle. Esse filme produzido para a tv inglesa apenas confirma que as incursões de bandas de rock pelo universo cinematográfico, das mais pretensiosas – como Tommy (1973) de Russell à Pink Floyd – The Wall (1982) de Parker – às mais simplórias são inevitavelmente decepcionantes quando não se restringem ao conteúdo musical. Tentando descrever o universo mágico que envolve uma turnê de ônibus pelo campo o filme derrapa num certo histerismo infantil e num humor inglês impenetrável que lembra, em certos momentos, Como Ganhei a Guerra (1966), que Lennon atuou isoladamente. Ainda assim, em seus melhores momentos, como no

Filme do Dia: Branco Sai, Preto Fica (2014), Adirley Queirós

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B ranco Sai, Preto Fica (Brasil, 2014). Direção e Rot. Original: Adirley Queirós. Fotografia: Leonardo Feliciano. Música: Marquim do Troá. Montagem: Guille Martins. Documentário sobre dois jovens negros da periferia de Brasília, vítimas da brutalidade policial em bailes e que lhes deixaram sequelas pelo restante de suas vidas. Um deles usa uma prótese mecânica, o outro anda com cadeira de rodas. Um terceiro, em meio ao espaço sideral, busca encontrar informações para que os homens possam entrar com ações contra o Estado. Fazendo uso de bastante criatividade no seu uso anárquico de alguns cacoetes associados à ficção científica para retrabalhá-los dentro de uma ótica tributária do anarquismo do Cinema Marginal , ainda que mais frontalmente impondo seu lugar de fala e seu direcionamento crítico para com uma sociedade estupidamente seletiva na exploração de seus talentos. Recusando-se a cair no discurso do vitimizado, o documentário apresenta Marquim do Tropa, em sua residência, c

Filme do Dia: Restrepo (2010), Tim Hetherington & Sebastian Junger

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R estrepo (EUA, 2010). Direção e Fotografia: Tim Hetherington & Sebastian Junger. Montagem: Michael Levine. Grupo da Segunda Companhia do 503 Regimento norte-americano sofre as vicissitudes da Guerra do Afeganistão, vivenciando a dura realidade de se encontrarem no cenário mais sanguinolento do conflito. Consegue levar adiante a árdua temporada, sobretudo através de um culto ao talvez mais carismático soldado do grupo, Restrepo, morto em combate. Talvez o que exista de mais intrigante neste filme, que é o modo pouco ortodoxo que passeia entre códigos da ficção e do documentário, acaba por se transformar justamente no que menos exista de interessante. Ou seja,   ao compartilhar das estratégias de qualquer reality show televisivo tenda a banalizar sentimentos e situações vivenciadas na guerra e aparentemente reconstituídas pelos próprios homens que a vivenciaram de fato. Tanto os depoimentos dos soldados diretamente para a câmera quanto a aparente reconstituição dos evento

Filme do Dia: A Estrada da Vida (1954), Federico Fellini

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A  Estrada da Vida ( La Strada , Itália, 1954). Direção: Federico Fellini . Rot. Original: Federico Fellini, Ennio Flaiano & Tullio Pinelli. Fotografia: Otello Martelli. Música: Nino Rota. Montagem: Lina Caterini & Leo Cattozzo. Dir. de arte: Mario Ravasco & Brunello Rondi. Figurinos: Margherita Marinari. Com: Anthony Quinn, Giulietta Masina, Richard Basehart, Aldo Silvani, Marcella Rovere, Livia Venturini.       Zampanó (Quinn), após a perda da mulher Rosa, sua ajudante em números circenses, volta até a casa da família de Rosa, onde sua mãe (Rovere) lhe entrega a irmã de Rosa, Gelsomina (Masina), por um punhado de dinheiro. Inicialmente aturdida com a grosseria de Zampanó, Gelsomina finda por se enternecer pelo companheiro. Tocando tambor e trompete, ela o acompanha por locais diversos como um circo. No circo, devido a sua ignorância e limitações, Zamponó é ridicularizado por outro artista circense, Matto (Basehart). Após persegui-lo em uma de suas provocações, Zam

Filme do Dia: O Lobisomem de Londres (1935), Stuart Walker

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O  Lobisomem de Londres ( Werewolf of London , EUA, 1935). Direção: Stuart Walker. Rot. Adaptado: John Colton & Edmund Pearson, a partir do conto de Robert Harris. Fotografia: Charles J. Stumar. Música: Karl Hajos. Montagem: Russell F. Schoengarth & Milton Carruth. Dir. de arte: Albert S. D’Agostino. Com: Henry Hull, Warner Oland, Valerie Hobson, Lester Matthews, Lawrence Grant, Spring Byington, Clark Williams, J.M. Kerrigan. Dr. Glendon (Hull) é um cientista em missão botânica no Tibete que se vê subitamente atacado por um animal bizarro. Ele retorna a Londres, onde se transforma em lobisomem e aterroriza a cidade durante as noites de lua cheia. Glendon recebe o alerta do misterioso Dr. Yogami (Oland), de que apenas uma rara flor asiática pode servir como antidoto temporário contra a mutação e que, caso ele não se precava, irá matar o seu próprio objeto de amor, no seu caso a esposa Lisa (Hobson). Estranhando o crescente isolamento social do marido, Lisa se torna cada