Filme do Dia: Minha Pobre Mãe Querida (1948), Homero Manzi & Ralph Pappier
Minha
Pobre Mãe Querida (Pobre, Mi Madre
Querida, Argentina, 1948). Direção: Homero Manzi & Ralph Pappier. Rot.
Original: Pascual Conturzi & Homero Manzi.
Fotografia: Bob Roberts. Música: Alejandro Guttiérrez del Barrio.
Montagem: José Gallego & Nicolás Proserpio. Dir. de arte: Carlos Ferraroti
& Ralph Pappier. Com: Hugo del Carril, Emma Gramatica, Aida Luz, Graciela
Lecube, Horacio Priani, Maria Esther Buschiazzo, Leticia Scury, Pablo Cumo.
De uma velha (Grammatica) que vaga pelas ruas
com cachorros a segui-la se observa a motivação para ter ficado em tal estado.
Mãe dedicada e cuidadosa do charmoso cantor de tangos, Ramón (Carril), que
abandona o emprego e a namorada (Lecube) por uma mulher leviana que encontra ao
acaso (Luz), e que lhe desperta a paixão.
Embora exista toda uma temática de amour fou com final trágico, chama mais
atenção aos olhos de hoje a cuidadosa criação atmosférica de um ambiente de
época (belle époque) empreendida com
relativo esmero, sobretudo na primeira metade do filme. Aqui, de forma nada
heterodoxa para os padrões não apenas do melodrama latino, mas de boa parte do
cinema clássico ao redor do mundo, observa-se o gradual processo de
auto-destruição de um homem cego por seu próprio desejo, por mais que, como o
próprio título ressalta, de forma mais exata, trata-se da relação de amor entre
uma mãe e seu filho. Já num dos primeiros créditos iniciais se ressalta a
presença da “exímia atriz italiana Emma Gramatica” (que realizaria
posteriormente Milagre em Milão) em
sua breve temporada atuando em filmes de língua hispânica, que praticamente
recria esse papel em situação-chave similar a aqui apresentada, em Mi Vida por La Tuya (1951), de Roberto
Gaváldon. Fica mais que evidente não apenas que o filme é veículo para o
popular cantor argentino Carril, que logo também se tornaria diretor como que
tudo gira ao redor da figura de sua personagem e quando não, caso da garota de
má fama, ele tenta sem sucesso fazer que sim e entre nesse processo destrutivo
que parece ser resultante de uma personalidade demasiado narcísica. Estudios San Miguel. 92 minutos.
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