Filme do Dia: A Bela Junie (2008), Christophe Honoré
A Bela Junie (La Belle
Personne, França, 2008). Direção: Christophe Honoré. Rot.
Original: Christophe Honoré & Gilles Taurand. Fotografia: Laurent Brunet. Música: Alex Beaupain. Música: Chantal
Hymans. Dir. de arte: Samuel Deshors & Emmanuelle Cuillery. Com: Louis
Garrel, Léa Seydoux, Grégoire Leprince Ringuet, Esteban Carvajal-Alegria, Simon
Truxillo, Agathe Bonitzer, Anaïs Demostier, Valerie Lang.
Junie (Seydoux) muda de escola logo
após a morte da mãe e passa a viver na casa do primo Matthias
(Carvajal-Alegria). A beleza plácida e algo melancólica de Junie atrai a
atenção do companheiro de sala Otto (Ringuet), que se apaixona por ela. Eles
passam a namorar. O professor de italiano Nemours (Garrel) se apaixona
perdidamente por ela e dispensa suas duas amantes. A situação se torna crítica
quando uma carta na sala é tida como de Nemours para Junie, quando na verdade
se trata do amante de Matthias. Junie decide se afastar quando sabe que irá corresponder
ao amor de Nemeurs e não pretende magoar Otto. Este, sentido-se lesado ao saber
que Junie beijou Nemeurs, suicida-se quase diante de seus olhos. Nemours pede
licença da escola e segue Junie. Após um encontro no qual Junie afirma que não
suportaria ficar com ele, pois saberia que um dia o amor entre eles se tornaria
como qualquer outro, desconversa sobre
um novo encontro. Quando Nemeurs tenta voltar a encontrá-la, descobre que ela
partiu para um lugar distante e não mais pretende vê-lo.
Esta livre adaptação de La
Princese de Clèves, de Madame de La Fayette (1634-93), traz a história para
a Paris contemporânea, belamente fotografada, e para uma ciranda do amor
imperfeito trilhada por um elenco jovem e belo, ou seja, nada muito diverso de
outras produções recentes de Honoré (Canções de Amor, Em Paris).
Como nos outros dois, também existem momentos – ainda que aqui mais reduzidos –
em que os personagens cantam de forma quase murmurante a respeito de seus
amores. A adaptação de um texto clássico e a fixação em relações amorosas
poderia sugerir uma aproximação com Rohmer, mas nada mais distante. Ao
contrário daquele, tudo se torna mais convidativo, glamourizado e, em outras
palavras, palatável para um espectador médio. O que talvez não deixe tampouco
de ser o maior mérito de seu realizador, ao ficar num meio termo entre drama
que se pretende, a seu modo, “profundo” e o banal melodrama de cada dia. Ainda
que tal equilíbrio demonstre o bom senso de direção de seu realizador, o filme
tropeça em subtramas absolutamente desnecessárias, afastando-se mais uma vez da
concisão exemplar de um cineasta como Rohmer. Chiara Mastroianni faz uma ponta,
sorrindo para a protagonista em um café frequentado por praticamente todos as
personagens. O mesmo romance já rendeu adaptações de Jean Dellanoy, Manuel de
Oliveira e Andrzej Zulawski. O filme assistido pelos estudantes e professores,
a determinado momento é Yaaba (1989), de Idrissa Ouedraogo. Arte France/Scarlett Production. 90 minutos.
Muito bom,entendo perfeitamente! Parabéns pelo ótimo trabalho.
ResponderExcluirobrigado!!
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