Filme do Dia: Puss in Boots (1922), Walt Disney
Puss in Boots (EUA, 1922). Direção
Walt Disney. Rot. Adaptado Walt Pfeiffer, a partir dos contos de Grimm.
Fotografia Red Lyon
Garoto
leva flores a garota que corteja, ao mesmo tempo que sua gata faz brinacadeiras
amorosas com o gato da garota. O rei, que é seu pai, no entanto, desgosta da
ideia de ver sua filha flertando com um mero plebeu, e o expulsa de casa, assim
como sua gata. Essa disse que tem uma ideia para reverter o quadro, mas somente
se ele comprar umas botas para ela. Botas compradas, o jovem se torna um
toureiro mascarado. Após conseguir derrotar o animal, ganha a admiração do rei,
que lhe concede a mão da filha, e quando esse se desmascara, ao mesmo tempo
corre para fugir da fúria do rei.
Antes
Disney tivesse, guardadas as proporções dos desdobramentos da indústria,
permanecido fiel à singeleza de alguns de seus curtas iniciais, como esse.
Certamente não teria se tornado o império e referência que se tornaria. E
tampouco teria pausterizado narrativas complexas em torpes rendições para o
grande público. Aqui, ao menos, a transforma em uma leitura paródica e
atualizada o conto original dos Grimm. Na verdade, ainda menos que isso, a
utilização um tanto marginal de um elemento do conto, as botas no gato (aqui
uma gata), motivação que não fica muito clara sobre seu efeito no avançar da
trama. Acompanha-se o avanço de duas
cortes, com gêneros cruzados. O garoto com sua namorada e sua gata com o
gato-motorista dessa – a forma bastante simples, sem deixar de ser expressiva,
com que retrata os felinos é um encanto à parte. E a corte dos felinos é uma
tradução bem dosada de uma adaptação de corte humano-animal, que não disfarça
alguns elementos dessa, como o da ação motora como estimulante do jogo de atrações.
E a forma um tanto rude com que o rei utiliza de violência com relação ao
garoto é digna de nota. E há uma alusão ao maior galã do cinema de ação ao vivo
de então, Valentino. E o divertido assanhamento da gata com seu dono no
escurinho do cinema e tocada pelo romantismo. Laugh-O-Gram Films para Leslie B.
Mace. 9 minutos e 53 segundos.
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