Filme do Dia: Le Billet de Banque (1906), Louis Feuillade & Alice Guy
Le Billet de
Banque (França, 1906). Direção Louis Feuillade & Alice Guy.
Um
casal elegante é atacado por uma dupla de malfeitores, numa calçada citadina
semi-deserta. Graças a intervenção de uma testemunha, trajando-se de forma
maltrapilha, a ação é sustada e os
criminosos fogem. Os ofendidos pela ação da dupla o recompensam regiamente.
Porém, por onde anda, o homem não consegue trocar a nota alta que lhe foi dada
pelo casal. Nem mesmo em um restaurante chique, onde a apresentação da mesma
escandaliza o garçom, que chama o gerente. Policiais são chamados e o homem
levado à delegacia. Após relatar sua narrativa, é liberado. Encontra um homem
se banhando e se apossa de suas boas vestes, deixando as suas para o banhista.
Porém deixa na roupa a nota de elevado valor. E volta ao restaurante chique,
sem encontrar mais o dinheiro, após a refeição concluída. Os policiais o levam
novamente à delegacia, onde o homem roubado já explica o ocorrido, e ele
consegue finalmente trocar o dinheiro, pagando a fiança pela contravenção.
Numa
época na qual uma noção de decupagem ainda não havia se naturalizado, os
realizadores fazem uso de um recurso visual básico, mas bastante inteligente,
de observar a cena. Ao mesmo tempo que os meliantes observam o casal se
aproximando, nós observamos com ele, pois a filmagem em diagonal da rua em
profundida – uma lição aprendida com os primeiros filmes dos Lumière –
proporcionam que estes vejam sem serem observados, e instilam no espectador
suspense ou ao menos curiosidade em relação ao que ocorrerá. Mais adiante o
recurso ao ângulo semi-diagonal se fará presente, apresentando alguém que se
banha e na margem o maltrapilho. Destaque para o cão a surgir quase
imperceptivelmente durante a filmagem da cena do furto do homem que se banha.
|Société des Etablissements Louis Gaumont. 10 minutos e 38 segundos.
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