Filme do Dia: Screen Tests (1964-66), Andy Warhol
Screen Tests (EUA, 1964-66). Direção: Andy Warhol.
Rot. Original: Ronald Tavel.
Filmetes curtos (entre 4 e 6 minutos)
que Warhol fez das mais diversas celebridades do mundo das artes e da cultura
e, particularmente, de amigos próximos que circulavam pela Factory. Na sua
instalação museográfica (aparentemente ouve outro formato para sua exibição
enquanto filme de 33 minutos) fica ressaltada a dimensão de “retrato”, de longa
tradição na história da fotografia, adicionado o movimento, o que torna uma
experiência interessante por, entre outros motivos, ressaltar o tempo, ausente
da fotografia e por expressar as mais diversas reações à câmera. Nesse último
sentido, o próprio Warhol gostava de chamá-los de emotion pictures, e realmente em muitos deles (como em John Palmer)
aflora uma intensidade nas faces evocativas dos melhores momentos de Cassavetes
(que por sinal possui entre um de seus mais reverenciados filmes um com o
título de Faces). Existem desde
pessoas que choram até aquelas que não sabem bem como reagir a intensidade do
olhar da câmera e demonstram seu constrangimento (como Susan Sontag ou DennisHopper). Algumas apelam para a perfomance e dentre as mais de 30 selecionadas
para essa mostra apenas uma encara fixamente a câmera com tranqüilidade durante
toda a duração do filme. Sua alteração no ritmo da imagem, em 16 quadros por
segundo, acentua os por vezes sutis movimentos dos retratados. Menos conhecidos
que suas produções em longa-metragem como Empire
(1964) ou Sleep (1963), e talvez bem
mais interessantes que os mesmos, tais “retratos” ficaram praticamente
ignorados até a morte do artista. Utilizando um tratamento de iluminação
sofisticado e raramente alguma alteração da imagem, descontada a do movimento –
a exceção parece ser os zooms
utilizados com Baby Jane Holzer– torna-se difícil precisar até que ponto houve
uma direção do realizador em tais testes, já que existem referências de
sonorização e, inclusive, entrevistas, no curta que reuniu muitos deles.
Tornam-se, igualmente, uma referencia bem próxima a famosa frase sobre os 15
minutos de fama do artista. Outros nomes presentes: Salvador Dalí (com imagem
invertida), Isabel Eberstatdt, Cass Elliot,
Kyôko Kishida, Donyale Luna, Gerard Malanga, Chip Monk, Ivy Nicholson,
Edie Sedgwick e Mary Wonorov.
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