Filme do Dia: Boilesk (1933), Dave Fleischer

 


Boilesk (EUA, 1933). Direção: Dave Fleischer.

Um tradicional show de burlesco em Berlim, não parece animar o público a se tornar espectador do mesmo, até um determinado número...

Essa evocação da féerica cena artística berlinense – no ano da ascensão do Nazismo – não deixa escapar motivos de fortes conotações sexuais, impensáveis pouco tempo depois, como o número do teatro burlesco no qual um casal que se despede apaixonadamente várias vezes, e quando o marido finalmente sai, uma pequena multidão de outros homens emerge dos cantos mais diferentes do quarto. Ou o número de strip-tease que lota o teatro antes ocupado apenas por um solitário espectador. Lá pela metade do curta ocorre a interação entre ação ao vivo e animação, prática trabalhada de forma muito mais criativa (e tecnicamente mais eficiente) na década anterior, pelos próprios Fleischer inclusive. E aqui sequer chega a existir uma interação real entre os dois universos, pois quando as Irmãs Watson sobem a ribalta, tem-se a evocação de um palco real e nenhuma interação direta com personagem de animação ou ao menos contraplano que nos dê acesso aos personagens animados durante a apresentação das mesmas que, como via de regra na série Screen Songs, cantam canções que são seguidas por um marcador sobre as letras sobrepostas à imagem. Brinca-se com uma advertência de que os pais não podem entrar no ambiente se não forem acompanhados de crianças e não deixa de ser curioso que a apresentação das Watson não seja tão diversa assim das suas similares animadas que não despertam menor atenção do público pagante, porém façam grande sucesso quando vivida por cantoras de fato, sendo que se tornaria impossível a evocação em ação ao vivo dos números mais populares como o do strip-tease certamente.  Fleischer Studios para Paramount Pictures. 10 minutos e 31 segundos.

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