O Dicionário Biográfico de Cinema#210: Walter (Moreira) Salles



Walter (Moreira) Salles, n. Rio de Janeiro, 1956

1991: A Grande Arte. 1995: Socorro Nobre. 1996: Terra Estrangeira (co-dirigido com Daniela Thomas). 1998: Central do Brasil; Somos Todos Filhos da Terra. 2001: Abril Despedaçado. 2002: Armas e Paz; Castanha e Caju Contra o Encouraçado Titanic. 2004: Diários de Motocicleta. 2005: Dark Water [Água Negra]. 2006: episódio "Loin du 16ème", de Paris, Je T'aime [Paris, Eu Te Amo]. 2007: episódio "A 8.944 km de Cannes" em Chacun sun Cinéma [Cada Um com Seu Cinema]. 2008: Linha de Passe (co-dirigido com Daniela Thomas). 2008: Stories on Human Rights [co-dirigido); 2012: On the Road [Na Estrada].

Filhos de um banqueiro bem sucedido, Walter Salles e seu irmão João são aparentemente herdeiros de um grande banco - mas por que deveríamos discrimina-los? Estudou cinema na University of Southern California, e tem trabalhado em lingua hispânica, inglesa, assim como português. Possui o hábito de basear seus filmes em torno de jornadas de auto-descobrimento. O que fez crescer as expectativas por seu filme sobre On the Road, de Jack Keruac (projeto que havia acalentado por tanto tempo). O filme que emergiu deixou as pessoas imaginando porque o livro foi famoso. Possui um sentimento da época e alguma energia crua, mais parecia uma viagem para lugar nenhum. 

Chamou atenção primeiro com Terra Estrangeira, sobre uma mulher voltando a terra de sua infância (*). Mas Central do Brasil foi um sucesso internacional. Sua história sobre uma mulher que escreve cartas aos analfabetos, e como é levada a ajudar uma criança, provou-se um arco vital - o filme recebeu uma indicação ao Oscar de Filme Estrangeiro e outra para Fernanda Montenegro no papel principal. Diários de Motocicleta (Che Guevara é um dos personagens e o roteiro é baseado em seus diários) foi um soberba história de amadurecimento, entrecortado com um vago road movie - e um dos momentos chaves no surto recento de Cinema Latino-Americano.

Nem Água Negra deveria ser esquecido. É um filme de horror bastante assustador, ambientado na Ilha Roosevelt, em Nova York. Não teve grande repercussão, mas dá todos os sinais que o graduado da USC tem como despontar nos gêneros americanos.

Texto: Thomson, David. The New Biographical Dictionary of Film. N. York: Alfred A. Knopf, 2014, pp. 2341-42. 


N. do E: (*) Terá Thomson assistido ou lido sobre o filme, pois seu resumo de uma frase para tentar sintetizar a sinopse do filme de Salles não procede com as linhas gerais da trama dele. 

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