Filme do Dia: O Homem do Pau Brasil (1982), Joaquim Pedro de Andrade
O Homem do Pau Brasil (Brasil, 1982).
Direção: Joaquim Pedro de Andrade. Rot. Adaptado: Joaquim Pedro de Andrade
& Alexandre Eulálio, baseado na obra de Oswald de Andrade. Fotografia: Kimihiko Kato. Montagem: Marco Antônio Cury.
Dir. de arte e Cenografia: Hélio Eichbauer & Adão Pinheiro. Figurinos:
Diana Eichbauer. Com: Flávio Galvão, Ítala Nandi, Cristina Aché, Dina Sfat,
Marcos Fayad, Regina Duarte, Guará Rodrigues, Luiz Linhares, Paulo Hesse, Dora
Pellegrino, Etty Fraser, Grande otelo, Paulo José, Patrício Bisso, Sérgio
Mamberti, Othon Bastos.
Os amores e algumas idéias do
modernista Oswald (Galvão/Nandi). Sua paixão pela jovem bailarina Dorotéia
(Aché), a mulher com quem tem um filho, Lalá (Duarte) e sua obsessão pela rica
e virgem Branca Clara (Sfat). Os apupos e vaias com que o grupo modernista foi
recebido no Teatro Municipal. A viagem de navio que Oswald empreende para a
França. O contato do escritor Blaise Cendrars (Fayad) com o círculo literário
modernista. A elaboração da antropofagia em meio a um jantar. Seu amor pela
revolucionária Rosa Lituano (Pellegrino) o levará a um breve engajamento
político, logo rompido por sua postura
irreverente e anti-dogmática. Liderando um exército nu e armado, Oswald acaba
instituindo a República Caraíba e vivenciando na própria pele o processo
antropofágico.
Misto de biografia e adaptação do
romance de Oswald de Andrade, esse que é o último filme de Joaquim Pedro,
embora contendo quase todos os elementos presentes na bem sucedida adaptação de
Macunaíma, assim como similar elenco,
derrapa enormemente na ausência de um verdadeiro senso de humor, do qual o
filme anterior, menos cerebral e muito mais divertido, está prenhe – não é à
toa que acabou se transformando em um dos maiores sucessos de bilheteria do
Cinema Novo. Conta com um elenco que reúne praticamente todos os nomes
destacados do movimento – a maior parte em pequenos papéis – e a construção de
um protagonista macho/fêmea (igualmente presente na evocação do universo
poético de Sayat Nova por Paradjanov em A Cor da Romã).Uma cansativa sucessão de situações que raramente soam
verdadeiramente instigantes – como a fracassada apresentação de Dorotéia para a
crítica paulista – o filme é dedicado ao guru do Cinema Novo, Gláuber Rocha,
falecido no ano de sua produção. Embrafilme/Filmes do Serro/Lynx Filmes. 112
minutos.
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