Filme do Dia: Marlene (1984), Maximilian Schell

 


Marlene (Al. Ocidental, 1984). Direção: Maximilian Schell. Rot. Original: Maximilian Schell & Meir Dohnal. Fotografia: Henry Hauck, Pavel Hispler & Ivan Slapeta. Música: Nicolas Economou. Montagem: Heidi Genée & Dagmar Hirtz. Dir. de arte: Hanz Eickmeyer & Zbynek Hloch.

Documentário que propõe um “contrato” a Marlene Dietrich para entrevista-la, ainda que a atriz, com idade já bastante avançada, tenha imposto que sua imagem não será apresentada na tela. Trechos de filmes, comentários – em sua maior parte impertinentes – da atriz e imagens de seus filmes e apresentações musicais compõe basicamente o documentário, que também apresenta os bastidores da montagem do cenário onde Dietrich será “gravada”. Curiosamente, após defenestrar com um de seus maiores sucessos, O Anjo Azul, Dietrich afirma que uma das cenas que mais gosta é aquela na qual canta, flerta e beija uma mulher da plateia em seu primeiro filme americano, Marrocos. Marlene, a certa hora, desfia elogios rasgados a Schell, igualmente ator e companheiro em O Julgamento de Nuremberg, e o ator-diretor não se furta em apresentar uma cena relativamente longa da interpretação que lhe rendeu o Oscar na categoria principal. Sobre as hostilidades quando de seu retorno à Alemanha, Dietrich resume, talvez apropriadamente, como uma relação amor-ódio do povo alemão à sua pessoa (semelhante ao retorno de Carmen Miranda ao Brasil) e afirma que não havia como não decidir pelo lado aliado quando soube dos crimes nazistas. Ela surge ao lado de Willy Brandt, assim como observando os cartazes pedindo  para que ela “retorne a sua casa”, escritos em inglês. Sobre o passado e a infância é bastante reticente e em várias vezes apela, quando perguntada por Schell, para sua autobiografia, dizendo que se encontrava lá o episódio gerando, ao final de algum tempo, uma reação de humor involuntário de Schell, que afirmou que não poderia pedir que os espectadores, que já não observam sua imagem, devessem ler sua autobiografia para saber sobre o que lhe perguntava. Ao final Dietrich, que clamara ao longo do filme por viver somente o presente e por uma postura agressivamente anti-sentimental e mesmo mal-humorada, tropeça em sua própria emoção.  BR/Braun Ent./OKO Film para Futura Film.  94 minutos.

 

Comentários

  1. Sua postagem foi uma deliciosa jornada ao assunto. Obrigado por isso!

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  2. Thank you for the interesting and thought-provoking perspectives presented in your blog posts.

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  3. obrigado pelos comentários. thank you for your comments.

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