Filme do Dia: A Fórmula Mágica (1937), Ben Sharpsteen

 


A Fórmula Mágica (The Worm Turns, EUA, 1937). Direção: Ben Sharpsteen. Música: Frank Churchill.

Em suas experiências laboratoriais, Mickey descobre uma fórmula que transforma quem reage a ela, em destemido e confrontador de qualquer antagonista imediato. Assim, uma mosca põe para correr a aranha que já iria jantá-la, um rato transforma seu gato algoz em perseguido e o gato por sua vez, volta-se com fúria contra Pluto, quando já se encontrava acuado e certo que iria morrer. Pluto, por sua vez, é beneficiado da mesma, quando vê-se em vias de ser carregado por Bafo de Onça, que trabalha acondicionando cães de rua.

Nesse delicioso festival de cores, tem-se um apanhado de estratégias retrantando perseguidores e perseguidos, relações invertidas pela intervenção “química” de Mickey (um pouco pressagiando já seu papel como aprendiz de feiticeiro no clássico Fantasia), ainda que aqui de uma perspectiva mais científica nas suas transformações, que apontam para diversos caminhos que se afastavam das tediosas animações com canções e muita fantasia adocicada que impregnavam o cenário de então – mais presentes no estúdio, nos usualmente ainda mais sofisticados curtas da série Silly Symphonies, para não falar dos longas. No quesito da inversão, o gato e o rato aqui personificam implicações que seriam exploradas de forma semelhante ad nauseum pela série Tom&Jerry, desde seu primeiro curta (Um Bichano em Maus Lençóis), três anos após, mesmo que com um repertório bem marcado. E o mesmo se diz da alusão jocosa às sete vidas de um gato. Se o mote do curta é bom, imagina-se que o seu desfecho não o será, o que de fato se comprova, com uma saída qualquer apenas à guisa de efeito cômico, que não chega a ser efetuado. Walt Disney Prod. para United Artists. 7 minutos e 47 segundos.

 

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