Filme do Dia: Il Pensionato (1956), Ermanno Olmi
O operário aposentado Giuseppi Bonfanti
(Faconti), vive às turras com uma pequena gráfica que opera abaixo do seu
dormitório. Assim como a tudo e a todos que perturba seu sossego. Ele acorda
exasperado, e invariavelmente também acorda a esposa (Valente). A partir de
determinado dia, no entanto, quando a dupla de jovens da gráfica não consegue
desatarraxar uma porca, ele encontra uma solução viável e passa a ser um
colaborador regular, ocupando seu interminável tempo ocioso.
Telefilme do momento inicial da
carreira de Olmi (com colaboração regular com o roteirista – também assistente
de direção - Locatelli, também co-autor do anterior Boungiorno Natura
(1955), em que se destaca o quão originalmente ele trabalha com inversões da
ordem habitual de artifícios narrativos.
Ao incluir uma voz over que traz
informações pregressas sobre Giuseppe já com o curta avançado. Algumas
situações do roteiro parecem forçadas, como a dos homens da gráfica terem que
levar a peça que não conseguem desmontar ao pátio (à vista do olhar panóptico
de seu vizinho reclamador). O personagem principal é tratado com um
paternalismo algo típico do período – o tipo ranzinza e algo autoritário mas
“de bom coração” e se consegue o desvencilhamento do que, a determinado
momento, sugeria um tempo mais próximo do longa, com uma saída até engenhosa,
ainda que provavelmente inverossímil – até que medida seria necessário o
auxílio constante de um mecânico para uma gráfica tão pequena; motivo, aliás,
que mataria com duas cajadadas o tédio e os reclamos de Giuseppe em relação ao sono, como se Maomé tivesse
aderido à Montanha. Os únicos atores
creditados são os que vivenciam o casal maduro, e mesmo Faconti, como
provavelmente os outros, à exceção parcial de Valente, parecem ser atores
naturais, no que se saem bem- não há
registro de outra produção com o mesmo ator. RAI. 10 minutos.
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