Filme do Dia: When the Earth Trembled (1913), Barry O'Neil
When the Earth Trembled (EUA, 1913).
Direção: Barry O’Neil. Rot. Original: Edwin Barbour. Com: Harry Myers, Ethel
Clayton, Richard Morris, Sra. George W. Walters, Bartley McCullum, Mary Powers,
Layton Meisle, Peter Lang.
Paul Girard jr.
(Myers) casa-se com a filha do sócio de seu pai, Dora Sims (Clayton). O pai
dele (McCullum) é completamente contra a união. Paul e seu genro Sims (Morris)
decidem fundar uma nova companhia em Samoa. Com seis anos e uma boa situação
dessa, o pai decide comprar suas ações para arruína-la. Paul e Dora tem dois
filhos. Desastres sucessivos ocorrem.
Enquanto o filho é vítima de um naufrágio e passa a viver isolado em uma ilha, Sims
morre no célebre terremoto de San Francisco. Vivendo agora em intensa
dificuldade econômica, o Sr. Girard resolve adotar as crianças. Embora de
coração partido, Dora concorda. Posteriromente ele demonstra o incômodo com as
buliçosas crianças e pede ao seu empregado de confiança, Pearce (Lang), que lhe
arranje uma babá. Esse faz com que Dora se travista de babá para voltar a ter
contato com os filhos. Enquanto isso Paul consegue retornar aos Estados Unidos
e a família volta a se reunir outra vez.
Apesar de somente
um pouco mais longo que a média habitual dos filmes então, essa produção não o
utiliza de forma orgânica, partindo de um confuso melodrama privado para cenas
de catástrofe que se segue a um terremoto, o que não deixa de ser curioso, já
que muito pouco frequentes de serem representadas então, provavelmente devido
ao custo de se filmar multidões, mesmo que pequenas, e um retorno ainda mais
célere ao melodrama particular, sem deixar de lado sequer a muito dramática
cena em que uma mãe se separa de seus filhos. Não apenas as cartas e bilhetes
aqui surgem com muito maior frequência (entre três ou quatro vezes mais, para
uma duração de apenas 4 minutos a mais que a média) como igualmente as cartelas
tradicionais, e o fato de mesmo com a
presença maior dessas não se ter uma noção muito clara de detalhes de sua
narrativa são prova de que algo não funcionou. O fato das cartelas não
surgirem por mais que uma fração de segundo tampouco auxilia. Mesmo pagando
pela ousadia de uma narrativa de tão grande extensão temporal e tão repleta de
peripécias e personagens, o filme traça, de forma tampouco usual, um mapa do
tempo que não apenas inclui eventos históricos reais, como o terremoto de San
Francisco, como imagens de devastação (remanescentes do verdadeiro terremoto?
Imagens documentais da época do sismo? Caso seja a segunda opção faz utilização
um tanto pioneira de imagens de arquivo numa narrativa de ficção). E mais que
isso, articula com relativa virtuosidade – ao menos potencial, já que o
resultado é confuso – eventos que possuem evidente implicação no avanço da
narrativa. Assim a morte do pai de Dora tanto faz que se faça essa relação com
um episódio histórico, pois para os efeitos da narrativa o que se leva em conta é que a leva a pobreza e o naufrágio de Girard Jr. tanto
acentua a situação de vulnerabilidade de Dora como selará o passaporte para a
reconciliação com o pai ao retornar. Destaque para o fundo negro, que denuncia
o estúdio, ao se abrir uma porta para sair de casa, recurso que a maior parte
dos estúdios já estava começando a disfarçar melhor por essa época. Compõe
parte da Coleção Jean Desmett. Lubin Manufacturing Co. para General Film Co. 19
minutos e 36 segundos.
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