Filme do Dia: Vida de Família (1985), Jacques Doillon


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Vida de Família (La Vie de Famillie, França, 1985). Direção: Jacques Doillon. Rot. Original: Jacques Doillon & Jean-François Goyet. Fotografia: Michel Carré. Montagem: Nicole Dedieu & Claude Ronzeau. Com: Sami Frey, Mara Goyet, Juliet Berto, Juliette Binoche, Aïna Walle, Catherine Gandois, Simon de La Brosse, Henriette Palazzi.
Emmanuel (Frey), atualmente casado com Mara (Berto), fica com a responsabilidade de passar o domingo com sua filha, Elise (Goyet), de sua relação com Lili (Walle). O dia se prolonga quando além de visitar sua escola e roubar o dicionário da mesma, Emmanuel resolve buscar sua câmera de vídeo e fazer com que Elise seja sua diretora, sugerindo uma viagem para a Espanha. Os dois viajam, sendo a viagem repleta de tensões e também algumas demonstrações de afeto.
Ainda que inicialmente o filme se detenha na conturbada relação que Emmanuel mantém com sua atual companheira e sua filha adolescente e também se faça presente amantes e flertes do mesmo com outras mulheres, o filme, de fato, centra-se na relação pai e filho, sempre marcada por uma gangorra de sentimentos. A viagem em si, torna-se mero pretexto para essa “convivência forçada” entre ambos e uma qualidade do filme, por mais fastidiosa que seja ocasionalmente a sucessão de eventos banais que se acompanha de ambos, é o tratamento invulgarmente destituído de condescendência de seu personagem infantil, que demonstra ser uma personalidade capaz de se contrapor ao pai e argumentar, de forma coerente, em relação a suas frustrações e percepções em relação a esse.  Pouco importa em si as ações apresentadas pelo filme, sendo muito mais ressonantes a força da dupla principal de atores – com destaque para o talento e sensibilidade de Goyet em seu único filme. De longe mais ascético e destituído de trilha sonora e  de qualquer resquício de manipulação emocional, mesmo nos momentos em que os personagens gravam depoimentos um para o outro, em relação a outro filme contemporâneo de abordagem similar (Paris, Texas), o filme de Doillon tampouco se propõe a ser uma reflexão mais geral sobre segmentos sociais franceses no pós-68 tais como obras de realizadores como Jean Eustache (A Mãe e a Puta) ou Maurice Pialat (Loulou). TF1 Films Production/Flach Films/SFP para 20th Century-Fox. 95 minutos.


Comentários

  1. olá, você teria como disponibilizar esse filme? há meses procuro para assistir e não encontro. se puder me contatar meu email é lespotterables@gmail.com merci!

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  2. Infelizmente não. Eu o assisti no cinema. Em uma mostra de filmes. Essas resenhas tem sido escritas desde 1998, então elas são de períodos muito distintos. Esse filme devo ter visto uns 4-5 anos atrás, por exemplo. Volte sempre!!

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