Filme do Dia: Através de um Espelho (1962), Ingmar Bergman
Através de um Espelho (Sasom i en Spegel, Suécia, 1962). Direção e Rot. Original: Ingmar Bergman. Fotografia: Sven Nykvist. Música: Erik Nordgren. Montagem: Ulla Ryghe. Cenografia: P.A.Lundgren. com: Harriet Andersson, Max von Sydow, Gunnar Björnstrand, Lars Passgard.
Karin (Andersson), mulher de Martin (Von Sydow),
sofre de constantes surtos esquizofrênicos. Vivendo isolada em uma ilha e com a
presença de um pai David (Björnstrand), escritor viúvo, que sempre fora ausente
na infância dela e do irmão Minus (Passgard), a relação onipresente com a
família apenas agrava seu estado de saúde. Aparentemente melhor, Karin
apresenta com o irmão e o marido uma peça amadora, escrita pelo primeiro, que
retrata impiedosamente o próprio egocentrismo do pai. Logo Karen volta a se
perturbar ao descobrir sobre a incurabilidade de sua doença, lendo no diário de
seu pai. Ela acredita que Deus aparecerá de um armário de uma casa abandonada e
mantém relações sexuais com o irmão
Minus. Karin é acometida de um forte surto psicótico quando descobre que Deus
aparece sob forma de uma aranha, que sai do armário. É levada ao hospital
enquanto, pela primeira vez, Minus tem um verdadeiro diálogo com seu pai.
Esse
filme marca um período de transição na carreira de Bergman, mais densa,
intimista e psicologista que seus filmes anteriores. Trata-se do primeiro de
uma trilogia que o cineasta realiza sobre a possibilidade ou não da existência
de Deus e marcados por um crescente pessimismo – embora, aqui, tal pessimismo
seja amenizado pela declaração final do pai, na tocante cena final, de se Deus existir, deve ser sobre a forma de
amor, ao qual o filho retruca que, sendo assim, Karin vive cercada por Deus. Os
únicos atores do filme são os que vivem os quatro personagens principais e
percebe-se o interesse crescente do cineasta pela utilização de close-ups
que procuram desvendar o espírito dos mesmos. Dentre as atuações, como sempre
impecáveis, destacam-se Bjornstrand e Andersson. Svenskfilmindustri. 89
minutos.
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