Filme do Dia: Era Uma Vez Eu, Verônica (2012), Marcelo Gomes
Era Uma Vez Eu, Verônica (Brasil,
2012). Direção e Rot. Original: Marcelo Gomes. Fotografia: Mauro Pinheiro Jr.
Música: Tomaz Alves de Souza. Montagem: Karen Harley. Com: Hermila Guedes,
Waldemar José Solha, João Miguel, Maeve Jinkings.
Verônica (Guedes) consegue se formar
em medicina e um emprego em um hospital psiquiátrico. Além de ter agora que
lidar com pessoas, e não mais apenas teorias, como ela mesmo afirma, ainda tem
que cuidar de seu velho pai adoentado (Solha). Como válvula de escape para
manter a sua própria sanidade vai atrás do sexo. E nessa busca encontra um
parceiro (Miguel).
A trama se faz pequena diante da
busca da representação da subjetividade de sua protagonista – sonhos, desejos,
frustrações, inquietudes – sendo que, para isso faz uso sobretudo de uma voz
over que replica em solilóquios os mesmos. Ainda que o resultado final consiga
atingir um certo grau de coerência entre o estilo e as motivações exigidas por
uma trama mais voltada para a interioridade que para as ações de fato, ele
acaba parcialmente embotado pela relativa irrelevância do personagem, que na
busca da representação de uma singularidade que se afaste dos cacoetes que o
filme de gênero habitualmente pede, perigosamente se aproxima da mais pura
banalidade. Algo que nem mesmo a inspirada interpretação de Guedes consegue emprestar
uma densidade que abafe sobretudo a posterior recusa em investir somente na
possibilidade do sexo sem compromisso para uma mais banal – e talvez pior opção
– da insossa relação afetiva. Dezenove Som e Imagem/Urban Factory. 91 minutos.
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