Filme do Dia: The Magic Cloak of Oz (1914), J.Farrell MacDonald




The Magic Cloak of Oz (EUA, 1914). Direção: J. Farrell MacDonald. Rot. Adaptado: L. Frank Baum, baseado no romance Queen Zixi, of Ix; or the Story of the Magic Cloak. Fotografia: James A. Crosby. Com: Milred Harris, Violet MacMillan, Fred Woodward, Vivian Reed, Juanita Hansen, Bernardine Zuber, Andy Anderson, Leontine Dranet, Mai Wells.
As fadas de Oz concedem a um mensageiro o uso de um manto mágico, que pode proporcionar um desejo. Chorando com a morte do pai, Margaret recebe das mãos do mensageiro o manto mágico. Rivette (Wells), a tia dela e de seu irmão Timothy (MacMillan) e Margaret (Harris) decide que eles irão morar no reino de Noland. Ao chegarem a Noland, Timothy é tornado rei do local. Porém, o maior amigo dos irmãos, o burro Nickodemus (Woodward) não se adapta a Noland, e foge com os mantimentos, entre eles o manto mágico, sendo roubado por um grupo de assaltantes de estrada. O grupo mantém uma criança com eles. Nickodemus foge e consegue reunir todos os animais da floresta para atacar os ladrões, libertar a criança e a levar a casa de seus pais. O reino de Noland, no entanto, sofre a invasão dos nocivos Rolly Rogues. Mais uma vez, Nickodemus irá ser fundamental para a libertação do reino e expulsão dos Rolly Rogues. Com o auxílio de seus amigos animais, eles expulsarão os invasores.
Em um momento no qual o cinema já há muito havia abandonado praticamente a produção de filmes de trucagens, e particularmente o cinema norte-americano afirmava a narrativa clássica apoiada numa estética realista e numa dramaturgia eminentemente melodramática (Griffith, Ince, DeMille), é não menos que curioso o surgimento dessa tresloucada fantasia, que faz parte de uma trilogia de adaptações sobre Oz, todas produzidas no mesmo ano. Mesmo o filme se ressentindo da ausência de seu tom feérico inicial, o qual mal podemos acompanhar a narrativa, tal a sucessão vertiginosa dos eventos e se transformando em um filme de fantasia mais convencional, é surpreendentemente interessante o quanto MacDonald já demonstra precocemente seu tributo ao pioneiro do gênero, Méliès, seja nos figurinos de membros da corte, seja ainda mais evidentemente na Lua estilizada, numa explícita alusão a trucagem concebida para Viagem à Lua (1902). A atmosfera propícia a uma narrativa de conto de fadas se soma o engenho e o carisma com que o burro é vivido brilhantemente por Woodward, mesmo que posteriormente o realizador invista excessivamente e sem a mesma graça no antropomorfismo com outros atores vivendo os animais mais diversos. Aliás, a figura do burro é muito mais importante para a resolução dos problemas e ganha uma proeminência muito maior na narrativa, bastante complexa para a média da época,  que o próprio manto mágico que nomeia o filme. Há controvérsias e algumas fontes apontam que o próprio Baum, autor dos romance que deu origem ao filme, teria-o dirigido. The Oz Film Manufacturing Co. 38 minutos.

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