Filme do Dia: A Ilha Nua (1960), Kaneto Shindô


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Ilha Nua (Hadaka no Shima, Japão, 1960). Direção e Rot. Original: Kaneto Shindô. Fotografia: Kiyoshi Kuroda. Música: Hiraku Hayashi. Com: Taiji Tonoyama, Masanori Horimoto,  Nobuko Otowa, Shinji Tanaka.
            Em uma ilha deserta e árida, o casal Senta (Tonoyama) e Toyo (Otowa) levam uma vida árdua da agricultura e criam os filhos Jiro (Horimoto) e Taro (Tanaka). Uma das poucas diversões do filho mais velho, Taro, são as brincadeiras na escola. Em poucos momentos do ano, quando levam a produção do cultivo, conseguem o pequeno luxo de almoçarem em um restaurante, comprarem roupas novas para os filhos e passearem de teleférico. A vida cotidiana da família é abalada com a súbita doença e morte de Taro. Uma comitiva de crianças e professores da escola vai ao enterro simples. É passagem do ano. Toyo fraqueja no retorno à labuta cotidiana, mas Senta demonstra a ela que esse não é o caminho.
            Filme que foi grande sucesso de crítica quando de seu lançamento na França, graças ao seu realismo poético, em grande parte semelhante ao de Satyajit Ray, sendo completamente destituído de diálogos. A trilha sonora segue a entonação dramática, reproduzindo os mesmos acordes quando da descrição da vida cotidiana, maior parte do filme e alterando-se apenas quando essa é igualmente perturbada, com a enfermidade e morte de Taro. Seu excessivo minimalismo, principalmente no início, é cansativo e seu retrato, não raro comovente, dessa vida rude e voltada quase que integralmente para a subsistência por vezes aproxima-se do etnografismo documental de filmes como Nanook,o Esquimó, ainda que politicamente o filme inconscientemente seja marcado por seu conformismo fatalista. Particularmente evocativa do filme de Flaherty é a seqüência em que a família observa extasiada a televisão em uma vitrine, assim como a família de esquimós se diverte com um gramofone. Kindai Eiga Kyokai. 94 minutos.

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