Filme do Dia: Marcado pela Sarjeta (1956), Robert Wise
Marcado pela Sarjeta (Somebody Up There Likes Me, EUA, 1956).
Direção: Robert Wise. Rot. Adaptado: Ernest Lehman & Rocky Graziano, a partir da autobiografia de Graziano.
Fotografia: Joseph Ruttenberg. Música: Bronislau Kaper. Montagem: Albert Akset.
Dir. de arte: Malcolm Brown & Cedric Gibbons. Figurinos: F.
Keogh Gleason & Edwin B. Willis. Com: Paul Newman, Pier Angeli, Everett Sloane,
Eileen Heckart, Sal Mineo, Harold J. Stone, Joseph Buloff, Sammy White, Court
Shepard.
Após um trágico passado de violência
paterna, miséria, pequenos delitos, prisão e problemas com o Exército, o
violento e impulsivo Rocky Barbella (Newman) se transforma em Rocky Graziano,
um dos mais promissores talentos do boxe. Com a ajuda de sua mulher, Norma
(Angeli), ele consegue progredir rápido na carreira. Porém, torna-se vítima de
chantagistas, que querem explorar o seu passado. Seu devotado empresário,
Irving (Sloane), consegue que a luta mais importante de sua carreira até então,
pela disputa mundial dos pesos médios ocorra em Chicago, por conta de um impedimento legal
que há em Nova York. Zale (Shepard), seu adversário, massacra inicialmente
Rocky, mas próximo do final ele consegue reverter o quadro e se sagrar
vitorioso, sendo recebido como herói em seu bairro.
É impossível não observar o quão
datada se tornou essa produção dirigida por Wise (que também dirigiu sobre boxe
o bem superior Punhos de Campeão).
Seja pelo contraste entre as filmagens diurnas em locação e noturnas em
cenários demasiado estilizados ou não convincentes, seja – o pior – pela
interpretação cheia de cacoetes grotescos de Newman, enquanto rude e turrão personagem
atormentado pelo passado. Comparando-o perversamente a um filme como o
contemporâneo On the Bowery, tem-se
a medida de quão fake é sua descrição
dos bairros populares nova-iorquinos. Repleto de nomes que viriam a se
destacar, como Steve MacQueen, que surge numa ponta ou Veronica Cartwright (que
viria a fazer parte da família de Perdidos
no Espaço), como a filha de Rocky, para não falar do próprio Newman, que
além de TV, apenas havia realizado um filme, O Cálice Sagrado, apresenta
um típico final truncado, onde se acompanha a superação do trauma e a
afirmação, ao mesmo tempo, junto à figura paterna, da própria hombridade
finalmente reconhecida. Além de fazer uma menção ligeira a Frank Sinatra, o
filme apresenta uma canção de um imitador seu, Perry Como. Projetado
originalmente para ser filmado em cores e protagonizado por James Dean, que já
havia morrido antes do início da produção.
MGM. 113 minutos.
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