Filme do Dia: O Corvo (1963), Roger Corman
O Corvo (The Raven, 1963). Direção:
Roger Corman. Rot. Adaptado: Richard Matheson, a partir do poema de Edgar Allan
Poe. Fotografia: Floyd Crosby. Música: Les Baxter. Montagem: Ronald Sinclair.
Dir. de arte: Daniel Haller. Cenografia:
Harry Reif. Figurinos: Marjorie Corso. Com: Vincent Price, Peter Lorre, Boris Karloff,
Hazel Court, Olive Sturgess, Jack Nicholson, Connie Wallace, William
Baskin.
Um mago, transformado em corvo, vai
em busca de um colega, Erasmus Craven (Price), que inseguro diante da grande
maestria do pai morto, havia abandonado a magia. Diante do desafio, volta à
ativa e volta a transformar Adolphus (Lorre) em humano. Adolphus afirma que
virou corvo através da magia do perverso Dr. Scarabus (Karloff) e que a esposa
de Erasmus, dada como morta, Lenore (Court), vive no castelo de Scarabus. O
grupo vai até o castelo e passa por várias provações, que finda com um duelo
entre Scarabus e Erasmus.
Em meio ao ciclo de adaptações de Poe
dirigido por Corman, essa produção possui certa singularidade seja na presença
de uma certa comicidade em relação ao próprio gênero, alentado em grande parte
pela trilha musical, seja na reunião de nomes referenciais do passado do gênero
(Lorre, Karloff) com o principal representante contemporâneo do mesmo (Price).
Compartilha com os outros, no entanto, o fato de ser uma produção assumidamente
B, com cenografia extravagante, mas nem por isso destituída de boas soluções
visuais, como a da disparada da carruagem em uma paisagem algo tanto onírica, que nem mesmo o canhestro castelo improvisado consegue apagar de todo. Seu
momento mais lembrado, o do duelo entre os magos, um dos mais repletos de
efeitos visuais de todo o ciclo, é mais interessante por sua sutil e
histriônica alusão aos duelos de filmes de western. Destaque para o show de
interpretação de Karloff e para a presença, de um promissor – em termos de
beleza ao menos – e inexpressivo galã, na cola daqueles que faziam o apanágio
das ficções e filmes de horror desde a década anterior, que é Jack Nicholson.
Como outra “adaptação” do escritor de três décadas antes, dirigida por Edgar G.
Ulmer, e com o mesmo Karloff no elenco, O
Gato Preto (1934), o filme praticamente nada deve a obra de Poe. Alta Vista
Prod. para AIP. 86 minutos.
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