Paul: O Alien Fugitivo (2011), Greg Mottola


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Paul: O Alien Fugitivo (Paul, EUA/Reino Unido, 2011). Direção: Greg Mottola. Rot. Original: Nick Frost & Simon Pegg. Fotografia: Lawrence Sher. Música: David Arnold. Montagem: Chris Dickens. Dir. de arte: Jefferson Saje & Richard Fojo. Cenografia: Carla Curry. Figurinos: Nancy Steiner. Com: Nick Frost, Simon Pegg, Kristen Wiig,  Jane Lynch, Jason Bateman, Sigourney Weaver, John Carroll Lynch, Joe Lo Truglio, Mia Tallard.
A dupla de ufólogos Graeme (Pegg) e Clive (Frost) viaja para os EUA com o objetivo principal de chegarem a Zona 51, região de interesse dos apreciadores do tema. Lá eles encontram Paul, um alienígena que há mais de meio século havia assombrado a garotinha Tara (Tallard) e se encontra próximo de ser capturado. Paul se refugia no trailer de Graeme e Clive. Mas a dupla acampa em um local no qual a filha de um fanático religioso, Ruth (Wiig) descobre a existência do alienígena e, após o choque inicial, une-se ao grupo, que agora passa a ser perseguido, não apenas pelos agentes federais, mas também por seu pai (Caroll Lynch).
Essa anêmica comédia que presta inúmeros tributos às produções de Spielberg (que, não por acaso surge numa ponta, quase numa repetição do tributo que o próprio Spielberg prestara a Truffaut em seus Contatos Imediatos do Terceiro Grau e tampouco coincidentemente dirigiria a dupla em seu  Aventuras de Tintim), é irritante e descaradamente calcado em fórmulas e situações já observadas ad nauseum na produção mais corriqueira. Das explosões e momentos de ação ao personagem simpático do extra-terrestre, que mais uma vez remete às produções de Spielberg aos clichês mais rasteiros em que a amizade da dupla principal é observada como demasiado britânica ou, em outras palavras, gay, em contraposição ao rude ambiente norte-americano demasiado durão, personificado sobretudo por uma outra dupla, encontrada em um bar, e cuja violência também se expressa através do pai de moral rígida e da filha apatetada e assexuada até o momento de encontrar Graeme. E a narrativa busca ser a expressão mais sintonizada possível com a contemporaneidade, inclusive no seu apagamento do outro através de facilidades que remetem ao mundo da informática – com sua mão na testa da fanática Ruth, paradoxalmente expressão carregada de sentido religioso, Paul transforma uma criacionista empertigada em uma aliada evolucionista. Do mesmo modo, seu toque, quase tão  simplesmente quanto um clique na tecla de retornar de um computador, pode trazer de volta a vida seja um pássaro ferido ou Graeme, acidentalmente assassinado pelo pai de Ruth ao final. Ou seja, compartilha-se da mesma lógica da animação em que explosões não matam e mortos – tais como A Bela Adormecida – podem ser ressuscitados. E a morte, essa figura cada vez mais constrangedoramente definitiva, pode ser convenientemente chutada para escanteio. Como uma piscadela a mais para as novas gerações, a personificação do extraterrestre em nada se diferencia da de um adolescente contemporâneo norte-americano, quase como se suas poses (para não falar do próprio vocabulário) tivessem sido construídas a partir de uma rotoscopia. A presença da dupla principal de atores britânicos, que também são os roteiristas, e a aproximação da representação do extraterrestre com os clichês da juventude da mesma forma como os dos filmes de terror há muitas décadas já o foram, ainda poderiam sugerir um vislumbre de originalidade, ou pelo menos criatividade, mas esses são termos que definitivamente não se aplicam a esta produção. Mottola é especialista em dirigir comédias de apelo adolescente e com perspicácia mercadológica. Universal Pictures/Relativity Media/Working Title Films/Big Talk Prod. para Universal Pictures. 104 minutos.

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