Filme do Dia: Innocent (2005), Simon Chung



Innocent (Hong Kong/Canadá, 2005). Direção e Rot. Original: Simon Chung. Fotografia: Vinit Borrison. Música: Kevin Poon. Montagem: Chan Chui Hing, Chan Nose, Wong Adam Sau Ping & Wong Sau-ping. Com: Timothy Lee, David Yee, Larry Peloso, David Lieu Song Wei, Jovita Adrineda, Wilson Kam Wing Wong, Mr. Huang, Justin Penaloza.

Com a mudança dos pais (Wong e Adrineda) de Hong Kong para o Canadá, o adolescente Eric (Lee) vivencia uma situação turbulenta que inclui o aflorar de sua homossexualidade e a separação dos pais, com a mãe passando a se relacionar com seu sócio de um restaurante (Mr. Huang). Com um interesse inicial em seu primo (Penaloza), Eric apaixona-se por um colega de escola, Jim (Yee), ainda que mantenha relações sexuais com um homem mais velho (Peloso), que conheceu em uma livraria GLS. Repudiado por Jim e por outros colegas de escola, Eric se interessa por um funcionário do restaurante da mãe (Wei), levando esse até depois da fronteira com os Estados Unidos. Porém, ao lá chegar, o funcionário sai às escondidas e Eric descobre que ele fora o autor de um roubo no restaurante da mãe.

Drama realista e nenhum pouco adocicado sobre o difícil momento da adolescência em que a vida afetiva, ainda bastante apoiada na fantasia, mais que em possibilidades concretas, provoca mais decepções que alegrias. Longe do distanciamento terno provocado pelo humor nos filmes mais elaborados de Todd Solondz, também centrados no universo de adolescentes pouco ajustados ao modelo padrão da sociedade, o filme se beneficia, no entanto, da recusa a um sentimentalismo que facilite uma reviravolta final que aponte uma saída fácil e demagógica para os dramas vivenciados pelo protagonista. Pelo contrário, ao final do filme todos os dramas que são urdidos ao longo da narrativa se encontram em seu pique. Sua produção modestíssima para os padrões norte-americanos e o fato de ter sido filmado em digital menos atrapalham que auxiliam seu sensível e pouco condescedente retrato da adolescência. Retrato esse que acentua mais a contenção que a rebeldia com a qual é geralmente associada e que pode sugerir paralelos com produções mais ambiciosas como A Vida de Jesus e Ninguém pode Saber. Asia Video. 80 minutos.

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