Filme do Dia: Sob as Estrelas (2007), Félix Viscarret
Sob as Estrelas (Bajo
las Estrellas, Espanha, 2007). Direção: Félix Viscarret. Rot. Adaptado:
Félix Viscarret, baseado no romance El
Trompetista del Utopía, de Fernando Aramburu. Fotografia: Álvaro Guttièrez.
Música: Mikel Salas. Montagem: Ángel Hernández Zoido. Dir. de arte: Gustavo
Ramírez. Figurinos: Laura Renau. Com: Alberto San Juan, Emma Suárez, Julián
Vilagrán, Violeta Rodríguez, Enrique Cazorla, Luz Valdenebro, Amparo Valle,
Alfonso Torregrosa.
Benito Lacunza (San Juan) é um
trompetista em Madri que retorna a sua cidade natal para o enterro do pai. A
partir de então, envolve-se com o relacionamento entre o irmão artista
plástico, Lalo (Vilagrán), de perfil autista e Nines (Suárez), com quem Benito
namorara mais jovem. Benito pretende demonstrar a Lalo que Nines não serve para
ele. Benito se encontra cada vez mais próximo da filha de Nines, Ainara
(Rodríguez), a quem chama de Porquita. Certo dia quando se encontra com o irmão
no carro e numa estrada bastante enevoada
ocorre um atropelamento. Benito finge para Lalo que nada ocorreu, mas
esse fica sabendo da notícia e passa a se deprimir e beber, afastando-se
igualmente de Nines. Benito promete que se entregará com Lalo à polícia, mas
este se suicida, jogando o carro de um barranco, em local próximo de onde
ocorreu o atropelamento. Benito deposita o trompete no caixão do irmão e decide
que Nines e Ainara irão morar com ele.
Apesar de seu elenco entrosado, este
filme se ressente sobretudo de fazer uso de
fórmulas já gastas. Assim o destemperado Benito, “alma de artista”,
somente consegue chegar de fato à “idade da razão” com a morte do irmão,
servindo esse de bode expiatório tanto para o amadurecimento daquele, ao
abandonar a música, maior expressão de sua inconseqüência, quando para selar de
vez o pacto de ingresso tardio no mundo adulto ao assumir uma família. No
último plano do filme, sob uma noite estrelada e tão artificiosa quanto seu final,
observa-se Benito rebocar o trailer de Ninez ao lado de Ainara, sendo a família
abençoada pelo morto através de uma obra sua na beira da estrada. É muito
pouco, mesmo para o cenário do cinema espanhol contemporâneo à sua produção que
tampouco obteve projeção internacional, como demonstra quando comparado a Mataharis. Uma das maiores fraquezas do
filme residindo justamente no tom auto-indulgente que acompanha seu
protagonista, visando – e conseguindo – um contato fácil com o público. 108
minutos.
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