Filme do Dia: Herança Sagrada (1954), Douglas Sirk




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Herança Sagrada (Taza, Son of Cochise, EUA, 1954). Direção: Douglas Sirk. Rot. Adaptado: George Zuckerman, baseado no conto de Gerald Drayson Adams. Fotografia: Russell Metty. Música: Franz Skinner. Montagem: Milton Carruth. Dir. de arte: Bernard Herzbrun & Emrich Nicholson. Cenografia: Oliver Emert & Russell A. Gausman. Figurinos: Jay A. Morley Jr. Com: Rock Hudson, Barbara Rush, Gregg Palmer, Rex Reason, Morris Ankrum, Eugene Iglesias, Ian MacDonald, Robert Burton, Lance Füller, Robert F. Hoy, Jeff Chandler.

        Na década de 1870, no Arizona, a nação apache sofre a perda de seu líder Cochise (Chandler), que havia delegado, antes de morrer, sua missão de paz com os brancos ao filho primogênito Taza (Hudson), exigindo obediência do filho mais jovem Naiche (Roberts). Porém Naiche se agrega com o revoltado Geronimo (Macdonald) e Águia Cinzenta (Ankrum), na resistência ao processo pacificatório. Águia Cinzenta é pai de Oona (Rush), a jovem por quem Taza pretende casar. Índios assassinam um grupo de pioneiros e a situação volta a ficar tensa. O Capitão Brunett (Palmer) exige que os índios além dos castigos sofridos na aldeia, devem ser punidos pela justiça branca. São levados ao forte, mas logo o forte é invadido pelo comando de Taza, que exige que aos índios seja delegada autonomia para punir seus membros aceitando, por outro lado, mudar-se da região nativa para uma reserva. Para selar a amizade com Brunett, Taza passa a utilizar o próprio uniforme do exército confederado, provocando a ira dos índios mais ortodoxos. Águia Cinzenta, para a profunda decepção de Taza, dá sua filha ao seu irmão Naiche, já que este não concorda em ceder como oferenda armas para que eles possam continuar a luta contra os brancos. Geronimo é, por conselho de Taza, levado com seu grupo para uma região próxima da reserva. Em pouco tempo conseguem armas, e tentam uma nova forma de desestabilizar a paz pelo assassinato de Brunett, que é salvo de última hora por Taza, que mata o homem. A tentativa de captura de Geronimo leva a um levante que põe à prova a fidelidade de Taza aos princípios do pai. Porém, esse sela seu pacto com Brunett e luta ao lado dos soldados contra seu próprio povo. Consegue que Geronimo se renda e seja afastado da tribo, enquanto seu irmão morre e ele finalmente consegue abraçar sua amada Oona.
        Mesmo distante do gênero que lhe tornou célebre, os melodramas familiares contemporâneos, o filme de Sirk apresenta até que ponto se torna indissociável os conflitos particulares, e até mesmo familiares, dos coletivos. Ainda que o caráter heroico com que Taza abre mão de seu amor para manter o pacto de paz que herdara do pai possa soar ingênuo, para não falar de sua sem cerimônia em vestir o uniforme do exército que massacrara boa parte de seu povo, paradoxalmente o filme exprime através dessa ambiguidade pouco usual no gênero, os malabarismo que se tornam necessários para a manutenção de um processo de paz, tema que inevitavelmente o torna moderno por excelência, para citar apenas o exemplo do processo político israelense. A beleza dos cenários naturais (filmadas em um parque nacional no estado de Utah) também é um elemento de peso na narrativa. Universal. 79 minutos.

Comentários

  1. Sempre achei este filme um tanto estranho, não só para o diretor como para o western. De certo modo, é uma "continuação" do filme pioneiro de Delmer Daves, feito em 1950: "Flechas de fogo" ("Broken arrow"), com James Stewart, Debra Pagete e o mesmo Jeff Chandler no papel de Cochise.

    Abraços.

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