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Mostrando postagens de novembro, 2016

Filme do Dia: The Quail Hunt (1935), Walter Lantz

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T he Quail Hunt (EUA, 1935). Direção: Walter Lantz. Rot. Original: Tex Avery, Walter Lantz & Victor McLeod. Música: James Dietrich. Osvaldo, o Coelho, resolve partir à caça de pássaros com seu cão. Os pássaros fazem com que o cão quase despenque em um abismo, sendo salvo justamente por eles. A partir de então o cão passa a ser um aliado dos pássaros, lutando contra a ave de rapina que pretende se apoderar dos mesmos. Ao final, o cão consegue afastar a ave e fazer um “acordo de paz” entre seu dono e os pássaros. Esse curta, já na fase final da produção vinculada ao personagem, iniciada 8 anos antes, com Disney, apresenta continuidade com a produção prévia, inclusive – ao menos na cópia em questão – a ausência de banda sonora e de cores e um estilo de animação ainda bem próximo da produção pioneira. Mas também há diversidade em relação à produção anterior, apresentando alguns motivos que, não por acaso (já que um de seus roteiristas é ninguém menos que Tex Avery), tornar-se-i

Filme do Dia: Caminhos Perigosos (1973), Martin Scorsese

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C aminhos Perigosos ( Mean Streets , EUA, 1973). Direção: Martin Scorsese. Rot. Original:  Martin Scorsese & Mardik Martin, a partir do argumento de Scorsese. Fotografia: Kent L. Wakeford. Montagem: Sidney Levin. Com: Harvey Keitel, Robert De Niro, David Proval, Amy Robinson, Richard Romanus, Cesare Danova, Victor Argo, George Memmoli. Charlie (Keitel) trabalha para o tio gangster, envolvendo-se com uma garota, Teresa(Robinson), que o tio desaprova por ser epiléptica e tendo como melhor amigo, seu primo, Johnny Boy (De Niro), arruaceiro inverterado de tendências psicóticas. As atitudes de Johnny Boy fazem com que ele seja marcado para morrer, deixando Charlie numa situação bastante difícil. Juntamente com Teresa e Johnnny Boy ele improvisa uma fuga para o Brooklyn, mas seu carro é abordado antes de lá chegar. Esse filme, provavelmente o melhor do realizador, consegue guardar um frescor, sobretudo em sua primeira metade, que capta como poucos a atmosfera do Little Italy

Filme do Dia: O Inferno Branco de Pitz Palu (1929), Arnold Fanck & G.W.Pabst

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O Inferno Branco de Pitz Palu ( Die weiße Hölle vom Piz Palü , Alemanha, 1929). Direção: Arnold Fanck & G. W. Pabst. Rot. Original: Arnold Fanck & Ladislaus Vajda. Fotografia: Sepp Allgeier, Richard Angst & Hans Schneeberger. Montagem: Arnold Fanck. Cenografia: Ernö Metzner. Com: Gustav Diessl, Leni Riefensthal, Ernst Petersen, Ernst Udet, Mizzi Götzel, Otto Spring, Kurt Geron, Charles McNamee, Mizzi Gotzel. Dr. Johannes (Diessl) sobe a dificil montanha Nevada de Pitz Palu com a esposa (Gotzel) que é atingida por uma avalanche de neve. Ele bate na porta do jovem casal, Maria (Riefensthal) e Hans (Peterson) e abre seu coração para Maria, que se sente atraída por ele. Juntos, partem para uma escalada a montanha, em que Hans se fere gravamente e os três agonizam de frio até a sua descoberta por um aviador amigo do casal. O casal consegue ser resgatado, mas Johannes é sepultado pela neve. O filme talvez seja o auge de todo o ciclo de “filmes da montanha” que teve c

Filme do Dia: Da Nao Tian Gong (1965), Wan Laiming

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D a Nao Tian Gong (China, 1965). Direção: Wan Laiming. Rot. Adaptado: Li Kuero & Wan Laiming, baseado na lenda de Xi You Ji . Música: Wu Ying-Chu. Dir. de arte: Zhang Guangyu. O Rei Macaco vai em busca de um instrumento apropriado e poderoso com o qual ele possa ensinar aos mais jovens as artes marciais. Após consegui-lo ele terá que enfrentar os deuses celestiais, que não o desejam como uma de suas entidades, mas tem que negociar com o mesmo por conta de seus grandes poderes, conquistados com o auxílio do bastão mágico que o Rei Macaco adquiriu. No lado oposto do Rei Macaco se encontra o Deus de Jade que, sem sucesso, tenta sob todas as formas dobrar, aprisionar ou mesmo destruir o Rei Macaco. As primeiras tentativas belicosas, sob orientação do General Li não dão em nada e uma saída diplomática é tentada pelo Deus da Estrela do Norte. Ele sugere uma nomeação decorativa ao Rei Macaco, que descobre a farsa da pior maneira possível e resolve enfrentar diretamente as forças

Filme do Dia: O Porto (2011), Aki Kaurismäki

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O Porto ( Le Havre , Finlândia/França, 2011). Direção e Rot. Original: Aki Kaurismäki. Fotografia: Timo Salminen. Montagem: Timo Linnasalo. Dir. de arte: Wouter Zoon. Figurinos: Frédéric Cambier. Com: André Wilms, Kati Outinen, Jean-Pierre Darroussin, Blondin Miguel, Elina Salo, Evelyne Didi, Quoc Dung Nguyen, Laïka, Pierre Étaix, Jean-Pierre Léaud , Roberto Piazza. Na Normandia, Michel Marx (Wilms) é um sexagenário que tenta levar a vida sendo engraxate de improviso, ao mesmo tempo que encontra completo apoio na esposa, Arletty (Outinen), que sofre dores insuportáveis e pede que a leve ao hospital. Enquanto isso, um grupo de refugiados africanos é descoberto no porto, sendo que um garoto, Idrissa (Miguel), consegue fugir e passa a ser acompanhado discretamente por Marx, que lhe oferece comida. Arletty descobre que se encontra com uma grave enfermidade, mas pede ao médico (Étaix)  que não diga a verdade a Marx. Ao chegar em casa certo dia, Marx encontra Idrissa em sua casa. O ca

The Film Handbook#103: Yilmaz Güney

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Yilmaz Güney Nascimento: 01/04/1937, próximo de Adana, sul da Anatólia, Turquia Morte: 09/09/1984, Paris, França Carreira (como realizador): 1966-1983 O s métodos de produção e, na verdade, o sentido dos filmes para os quais Yilmaz Güney (nascido Putun) se tornou mais conhecido permanecem inextricavelmente vinculados às condições problemáticas de suas realizações. Tal é o talento de Güney como diretor-roteirista, no entanto, que um conhecimento da história política turca não é necessário para apreciar sua obra. Após estudar direito e economia, Güney entrou na indústria do cinema no final dos anos 50 como roteirista e assistente de direção. Segue-se uma sentença de prisão por um romance considerado pró-comunista, estabelecendo-se então como ídolo das matinês ("O Rei Feio") em aventuras heroicas que ele próprio escrevia. Em 1966 realizaria sua estreia como diretor com The Horse, The Woman, The Gun / At Avrat Silah ; não foi senão em 1970, no entanto, que ele desenvolve

Filme do Dia: O Convidado Inoportuno (1945), George Gordon

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O Convidado Inoportuno ( The Unwelcome Guest ,   EUA, 1945). Direção: George Gordon. Música: Scott Bradley. O Urso Barney se vê as turras com um gambá que decide segui-lo para comer as amoras que colheu. Após muito penar, o urso se conforma em compartilhar sua casa com o gambá. Ainda que tecnicamente estas animações produzidas para a Metro se encontrem entre as mais perfeitas, em sua mobilidade, no mercado de animação em curta-metragem da época, descontada talvez a Disney, esta série estrelada por Barney parece dirigida especificamente e exclusivamente  para o público infantil de mais tenra idade, faltando não apenas a ironia escrachada de seus concorrentes da Warner, como mesmo uma sátira mais leve aos valores familiares da classe média rural norte-americana, também representados através da antropormofização de ursos, como no desenho do mesmo estúdio e de longe mais divertido A Rainy Day with the Bear Family (1940). Curiosamente, a única nota irônica por sinal é uma referênci

Filme do Dia: La Storia Siammo Noi: Il Suicidio di Luigi Tenco (2006), Giovanni Minoli

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L a Storia Siammo Noi: Il Suicidio di Luigi Tenco  (Itália, 2006). Direção: Giovanni Minoli. Documentário produzido pela TV italiana a respeito do cantor Luigi Tenco (1938-1967), tragicamente desaparecido em meio ao Festival de San Remo de 1967, aparentemente após ter se suicidado com um tiro, seguindo-se a sua desclassificação com a música de protesto político Ciao Amore Ciao . Não se detém propriamente sob as circunstância de sua morte ou sobre  o novo veredito confirmado de suicídio então recente (2005), mas sobre vários aspectos, que incluem sua morte, dentre eles a sua vinculação a chamada “escola genovesa” de cantores que inclui Gino Paoli, Fabrizio de Andre e Renzo Arbore, amigo íntimo do cantor e depoente. A maior parte das imagens e entrevistas são apropriações de material original que inclui fotografias, programas de TV, o filme que Tenco participou, dirigido por Luciano Salce  ( La Cuccagna , de 1962), que havia dirigido no Brasil em meados da década anterior Floradas

Filme do Dia: O Tempo Não Apaga (1946), Lewis Milestone

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O Tempo Não Apaga ( The Strange Love of Martha Ivers , EUA, 1946). Direção: Lewis Milestone. Rot. Adaptado: Robert Rossen & Robert Riskin, baseado no conto Love Lies Bleeding , de John Patrick. Fotografia: Victor Milner. Música: Miklós Rózsa. Montagem: Archie Marshek. Dir. de arte: Hans Dreier & John Meehan. Cenografia: Sam Comer & Jerry Welch. Figurinos: Edith Head. Com: Barbara Stanywick , Van Heflin, Lizabeth Scott, Kirk Douglas , Judith Anderson, Roman Bohnen, Darryl Hickman, Janis Wilson, Ann Doran, Mickey Kuhn. Em 1928, Martha Ivers (Wilson), garota que foge da rigidez de uma tia tirana (Anderson), para se aproximar do jovem e rebelde Sam Masterson (Hickman) mata acidentalmente sua tia, numa provinciana cidade. Sua única testemunha é o garoto Walter O´Neil (Kuhn), que silencia por pressão de Martha e pela ganância de seu pai (Bohnen), que pretende amealhar boa parte da fortuna dos Ivers. Dezoito anos após, Sam Masterson  (Douglas) retorna ao local depois de

Filme do Dia: The Brown Bunny (2003), Vincent Gallo

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T he Brown Bunny (EUA, 2003). Direção, Rot. Original, Montagem, Dir. de arte, Cenografia e Figurinos: Vincent Gallo. Com: Vincent Gallo, Chloë Sevigny, Cheryl Tiegs, Elizabeth Blake, Anna Vareschi, Mary Morasky. Bud Clay (Gallo), piloto de moto profissional, atravessa os Estados Unidos até Los Angeles para acertar suas dívidas para com o passado trágico, que envolve sua ex-amante viciada em drogas Daisy (Sevigny) e um filho morto. Durante o caminho, encontra várias mulheres com quem mantém contatos ocasionais, como Violet (Vareschi), jovem que promete levar em sua viagem, mas que deixa na casa de sua família ou a prostituta Rose (Blake), que encontra em Las Vegas, paga uma merenda e a deixa em algum lugar da cidade. Gallo, cineasta do cultuado Buffalo`66 (1998), volta ao road movie numa incursão amarga e soturna pelo cenário americano, evocativa de muito do que já se produziu nesse sentido, da literatura beatnik ao cinema de Wim Wenders ( Paris, Texas pela similar epopéia

Filme do Dia: Monstros S.A. (2001), Pete Docter, David Silverman & Lee Unrich

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M onstros S.A. ( Monsters, INC., EUA, 2001). Direção: Pete Docter, David Silverman & Lee Unkrich. Rot. Original: Pete Docter, Jill Culton, Jeff Pidgeon, Ralph Eggleston, Andrew Stanton & Daniel Gerson, a partir do argumento dos quatro primeiros. Música: Randy Newman. Montagem: Robert Grahanjones & Jim Stewart. Dir. de arte: Harley Jessup, Tia W. Kratter, Bob Pauley & Dominique Louis. Cenografia: Jon Childless Farmer, Ellen Moon Lee, Phat Phuong & Elizabeth Torbitt. Em Monstrópolis, Sulley e Wazowski são dois amigos e colegas de trabalho que trabalham para a grande corporação Monsters Inc., que através do acesso a milhares de portas terrestres, consegue assustar as crianças do mundo todo ao mesmo tempo que geram a energia necessária ao país. Os monstros não podem ser tocados ou trazer nenhum objeto terrestre, sob o risco aparente de contaminação generalizada. Sulley certo dia encontra uma porta solitária fora do horário de trabalho que fazia parte dos subterfú

Filme do Dia: Gen Pés Descalços (1983), Mori Masaki

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G en Pés Descalçõs ( Hadashi no Gen , Japão, 1983). Direção: Mori Masaki. Rot. Original: Keiji Nakasawa. Fotografia: Kinishi Ishikawa. Música: Kentaro Haneda. Montagem: Harutoshi Ogata. Dir. de arte: Kazuo Oga. Hiroxima, agosto de 1945. Gen Nakaoka, sofre com a família os infórtunios da fome, mas são poupados dos bombardeios que assolam todas as grandes cidades japonesas. O cotidiano de Gen é ir, juntamente com o irmão mais novo, Shinji, ajudar o pai, Daikichi, a tentarem vender as pinturas que ele faz, para conseguirem comprar algo para comer. Certo dia, cansados e famintos os irmãos disputam um pedaço de batata doce, que é o que resta em casa e são repreendidos pela irmã mais velha, Eiko, sobre a necessidade da mãe se alimentar, pois se encontra grávida. Os irmãos, agora conscientes, conseguem encontrar um peixe, mas descobrem que faz parte da propriedade de um velho e ignorante senhor. Esse bate em Gen, mas quando fica sabendo da verdadeira história se sente compadecido e a

Filme do Dia: Portais do Céu (1978), Errol Morris

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  P ortais do Céu ( Gates of Heaven , EUA, 1978). Direção: Errol Morris. Fotografia: Ned Burguess. Música: Dan Harbets.  Montagem: Errol Morris.                              Filme de estréia do cultuado documentarista Morris. Morris se detém aqui em um cemitério de animais e tudo que envolve o tema. Seu filme é construído sobretudo, a partir de banais enquadramentos diretos para a camera fixa (sobretudo, aqui, dos proprietários do cemitério e de alguns de seus clientes). Porém, entremeia tais depoimentos com imagens grandemente estilizadas que parecem reforçar ou tentar representar mais um senso de estranheza que propriamente de comicidade ou ironia sobre o tema, ainda que por vezes tal dimensão pareça permanecer perigosamente ambígua. É pratica comum, por exemplo, o realizador intercalar depoimentos emocionados sobre os animais falecidos com fotos dos mesmos. Ou ainda registrar o “concerto” que um dos proprietários do cemitério, com um potente ampliador para sua guitarra, empreende

The Film Handbook#102: Michelangelo Antonioni

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Michelangelo Antonioni Nascimento: 29/09/1912, Ferrara, Itália Morte: 30/07/2007, Roma, Itália Carreira (como diretor): 1943-2004 S e os filmes de Michelangelo Antonioni refletem seus próprios sentimentos sobre a vida, e existe pouca dúvida que o façam, é curioso que ele os realize ao final de contas já que, apesar de tentarem expressar e esclarecer emoções humanas, ao mesmo tempo implicam que toda comunicação humana é fútil, estéril, mesmo impossível. O jovem Antonioni se envolveu em teatro estudantil e crítica cinematográfica, antes de trabalhar como roteirista para Rossellini   e assistente de direção para Carné . Após realizar uma série de documentários, ele dirigiria seu primeiro longa ficcional, Crimes d' Alma / Cronaca di un Amore > 1 em 1950. Um estudo brando sobre a culpa sentida por dois amantes quando o marido da esposa, que haviam considerado matar, morre em um acidente de carro, antecipa a austera melancolia e ausência de uma narrativa repleta de evento

Filme do Dia: O Homem Que Amava as Mulheres (1977), François Truffaut

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O Homem Que Amava as Mulheres ( L’Homme qui aimait les femmes , França, 1977). Direção:  François Truffaut. Rot. Original: Michel Fermaud,  Suzanne Schiffman &  François Truffaut. Fotografia: Néstor almendros. Música: Maurice Jaubert. Montagem: Martine Barraqué. Dir. de arte: Jean-Pierre Kohut-Svelko. Com: Charles Denner, Brigitte Fossey, Nelly Borgeaud, Leslie Caron, Geneviève Fontanel, Nathalie Baye , Sabine Glaser, Jean Dasté, Valérie Bonnier, Anna Perrier, Marie-Jeanne Montfajon, Martine Chassing, Rosylyne Puyo.            Bertrand Morane (Denner) é um cumpulsivo admirador das mulheres. Para procurar compreender melhor a si próprio, resolve escrever um livro que relata suas aventuras amorosas com um número considerável de mulheres: a anônima Marianne, que se apaixona pelas pernas e persegue através da placa do carro, numa longa operação, até ir de encontro com sua prima e não com ela;  a telefonista Aurore, de quem apenas conhece a voz; uma mulher de meia-idade, que o

Filme do Dia: Compasso de Espera (1969), Antunes Filho

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C ompasso de Espera (Brasil, 1969). Direção e Rot. Original: Antunes Filho, a partir de seu próprio argumento. Fotografia: Jorge Bodanzky. Música: Vicente de Paula Salvia. Montagem: Charles Fernand Mendes de Oliveira. Cenografia: Laonte Klawa. Com: Zózimo Bulbul, Renée de Vielmond, Elida Gay Palmer, Karin Rodrigues, Léa Garcia, Stenio Garcia, Antonio Pitanga, Cléa Simões, Augusto Barone. Jorge (Bulbul) é um publicitário de sucesso que lança seu primeiro livro de poesias. Apadrinhado do poderoso Dr. Macedo (Barone), Jorge sente vários conflitos por ser negro e de origem pobre, sendo acusado pela irmã (Garcia), de ter vergonha da própria família. Amante da branca, rica e mais velha Ema (Palmer) e iniciando uma relação com a igualmente branca e mais jovem Cristina (Vielmond), ele também faz parte de um grupo de consciência negra que discute as diversas vertentes do movimento negro. A tensão se torna crescente quando Jorge e Cristina são espancados ao namorarem numa praia do litoral d

National Gallery of Art#55: Menino em Colete Vermelho 1888-90, Paul Cézanne

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Menino em Colete Vermelho  é uma de um conjunto de obras - duas aquarelas e quatro pinturas - descrevendo o modelo italiano Michelangelo di Rosa vestindo o vistoso colete que se refere o título. O uso de um modelo profissional foi um divisor de águas para Cézanne que, até então, havia contado com a família e amigos como temas. Pouco se conhece sobre quem posa, além de seu nome e nacionalidade, mas a pintura é menos um retrato que um estudo sobre estilo e composição. A pose do modelo é convencional, reminiscente dos nus acadêmicos produzidos em aulas de desenho da figura humana. No entanto, igualmente remonta a outros e mais elegantes antecedentes da Alta Renascença tais como os retratos aristocráticos de Agnolo Bronzino, notáveis por suas desacreditadas e lânguidas figuras, a linha sinuosa de seu torso e o formato em três quartos de comprimento. Cézanne parece prestar um tributo ao passado mesmo quando transforma suas tradições através da introdução de uma linguagem visual mais ar

Filme do Dia: A Romance of the Redwoods (1917), Cecil B.DeMille

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A Romance of the Redwoods (EUA, 1917). Direção: Cecil B. DeMille. Rot. Adaptado: Cecil B. DeMille & Jeanie Macpherson, baseado em peça Maedchen fuer alles . Fotografia: Alvin Wyckoff. Montagem: Cecil B. DeMille. Dir. de arte: Wilfred Buckland. Com: Mary Pickford, Eliott Dexter, Tully Marshall, Raymond Hatton, Charles Ogle, Walter Long, Winter Hall. Nova Inglaterra, 1850. Jenny (Pickford), orfã, decide ir morar com o tio na California, que vive sua corrida do ouro. Porém, no local do tio, ela encontra alguém que se faz passar por ele, o aventureiro e larápio Black Brown (Dexter). Chocada com o novo ambiente de promiscuidade e violência, Jenny não tem outra opção do que buscar segurança em Brown, que se apaixona por ela. Ainda assim ele continua planejando assaltar mineiros e Jenny finda por descobrir. Ela lhe dá um ultimato para que ele se regenere. Ele se encontra disposto a fazê-lo, porém um amigo o acaba tentando para que assaltem uma diligência. Eles o fazem, mas são des

Filme do Dia: Jauja (2014), Lisandro Alonso

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J auja (Argentina/Dinamarca/França/México/Brasil/EUA/Holanda/Alemanha, 2014). Direção: Lisandro Alonso. Rot. Original: Lisandro Alonso & Fabian Casas. Fotografia: Timo Salminem. Música: Viggo Mortensen. Montagem: Gonzalo del Val & Natalia López. Dir. de arte: Sebastián Rosés. Com: Viggo Mortensen, Diego Roman, Ghita Norby, Mariano Arce, Viilbjork Malling Ager. Gunnar Dinesen (Mortensen) parte em busca de sua filha Ingeborg (Ager), que fugiu com o soldado que era mantido prisioneiro e a quem se espera provas do que disse sobre o oficial desaparecido e de que não se trata de mero desertor. Engana-se quem acredita que a mudança de foco para um período histórico diferenciado, assim como uma abordagem plenamente ficcional e com atores do cenário internacional como Mortensen significaria também uma revisão do horizonte estético do realizador. A recusa ao drama convencional, ao caráter eminentemente dialógico e a fartura de “tempos mortos”, onde detalhes de ações são descri

Filme do Dia: Intervenção Divina (2002), Elia Suleiman

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I ntervenção Divina ( Yadon Ilaheyya , França/Marrocos/Alemanha/Palestina, 2002). Direção e Rot. Original: Elia Suleiman. Fotografia:   Marc-André Batigne. Montagem: Veronica Lange. Dir. de arte: Miguel Markin. Cenografia: Miguel Markin, Denis Renault & Samir Srouji. Figurinos: Eve-Marie Arnault. Com: Elia Suleiman, Nayef Fahoum Daher, George Ibrahim, George Khleifi, Nazira Sabbagh, Rama Nashashibi, Fairos Hakim, Abu Junia, Emma Boltanski. Menos que seguir uma linha narrativa tradicional, com personagens principais e secundários, o cineasta palestino faz uso de esquetes intercalados que procuram retratar os conflitos entre árabes e judeus. De uma maneira geral vai por vias outras que o realismo, como se este  não desse conta do absurdo vivenciado. Entre as situações apresentadas se encontram a de um Papai Noel (Ibrahim) perseguido e esfaqueado por jovens palestinos, uma turista francesa (Boltanski) que procura informações com a polícia israelense, que apela para seus prisio

Filme do Dia: O Invicto (1949), Paul Dickson

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O Invicto ( The Undefeated , Reino Unido, 1949). Direção: Paul Dickson. Rot. Original: Paul Dickson & Ted Willis. Fotografia: Ronald Anscombe. Música: Lambert Williamson. Montagem: Francis Cockburn. Com: Gerald Pearson. O que talvez mais chame a atenção nesse documentário sobre programas do governo com relação ao apoio aos mutilados de guerra seja o fato de que sua dramatização dos eventos que pretende apresentar suplanta a maior parte das tímidas incursões dramáticas então esboçadas pelo gênero. Aqui não apenas atores vivenciam papéis de personagens aparentemente reais (caso não o sejam, apenas aumenta o teor de aproximação com o universo do docudrama ficcional) como toda uma aproximação  com o universo dramático ficcional se faz presente. Chama a atenção, neste sentido, a forma como a superação do trauma de Joe Anderson (Pearson), que não consegue falar, vem a ser conseguido a partir do momento em que reencontra o amigo que acreditava morto na guerra e ao qual não pôde aj

Filme do Dia: Bang Bang (1971), Andrea Tonacci

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B ang Bang (Brasil, 1970). Direção e Rot. Original: Andrea Tonacci. Fotografia: Thiago Veloso. Montagem: Roman Stulbach. Cenografia: Andrea Tonacci & Milton Gontijo. Com: Paulo César Pereio, Abrahão Farc, Jura Otero, Ezequiel Marques, José Aurélio Vieira, Thiago Veloso, Antônio Naddeo, Thales Pena, Milton Gontijo. Um homem (Pereio), uma mulher e uma quadrilha formada por uma mãe comilona, um filho cego que atira a esmo e outro narcisista. Não muito mais que isso é fornecido por esse filme sui generis de Tonacci que, mesmo enquadrado no estilo do que ficou conhecido como Cinema Marginal, muito se distancia dos clássicos Matou a Família e Foi ao Cinema e O Bandido da Luz Vermelha . Embora tenha em comum com o último o fato de canabalizar muitos elementos dos filmes de gênero americanos (a trilha sonora faz uso de compositores que produziram para o cinema americano como Andre Previn, Lalo Schiffrin e Henri Mancini), sinalizando para a influência em ambos de Godard, e can