Filme do Dia: Na Época do Ragtime (1981), Milos Forman


" Ragtime " a film by Milos Forman.


Na Época do Ragtime (Ragtime, EUA, 1981). Direção: Milos Forman. Rot. Adaptado: Michael Keller, baseado no conto Michael Kohlhass, de Heinrich Von Kleist e no romance de E.L. Doctorow. Fotografia: Miroslav Ondrícek. Música: Randy Newman. Montagem: Anne V. Coates, Stanley Gibbs & Stanley Warnow. Dir. de arte: John Graysmark. Figurines:  Anna Hill Johnstone. Com: Howard E. Rollins Jr., James Olson, Elizabeth MacGovern, Brad Douriff, James Cagney, Moses Gunn, Kenneth McMillan, Pat O´Brien, Mary Steenburgen, Debbie Allen, Donald O´Connor, Jeff Daniels.
Nova York, anos de 1910. Tendo amealhado uma fortuna como músico de jazz, o negro Coalhouse Walker Jr. (Rollins Jr.) tenta se reaproximar da garota Sarah (Allen), com quem teve um filho e trabalha na casa de um  liberal de classe média alta, Pai (Olson), cujo irmão mais jovem (Douriff) possui uma relação com a extravagante Evelyn Nesbitt (McGovern), que após o marido, da alta sociedade, ter sido preso por assassinato, não consegue amealhar a fortuna que esperava. Um incidente do qual bombeiros brancos fazem troça de Coalhouse o leva a tentar fazer justiça por todos os meios legais possíveis, sem nenhum resultado concreto. Inconformado, Coalhouse se une a um grupo de negros e, com o auxílio do irmão mais jovem, que fora abandonado por Nesbitt, agora dançarina de music-hall, iniciam uma série de atentados. Enquanto isso, Sarah é vítima de violência da polícia quando busca o auxílio do Vice-Presidente então em visita pela cidade. Ela morre pouco depois. A revolta de Coallhouse cresce e novos atentados são praticados, o grupo entricheirando-se na biblioteca pública.  Para controlar a situação é enviado o Comissário Rhinelander (Cagney). Nesbitt, agora atriz de Hollywood é casada com o cineasta P.C. O´Donnel (Daniels), que mantém um caso com a Mãe (Steenburgen), a caridosa esposa de Pai, que havia ficado com a criança de Sarah e Coallhouse.
Forman, enveredando de vez pelo estilo super-produção, com ostensivos cenários e figurinos de época, e um extenso elenco,  não consegue dar conta da trama multifacetada do romance de Doctorow, ficando num meio termo entre o caso de Coalhouse, que ganha maior destaque, por um lado, e uma sucessão de subtramas menores não muito bem amarradas, por outro. Não há propriamente espaço para sutilezas. Todas as ações e personagens possuem sua  posição política e moral bastante definidas e Coalhouse, como fora o falso louco McMurphy de Um Estranho no Ninho (1975) ou o hippie George Berger de Hair (1979), torna-se o mártir da vez na sua cruzada liberal ou libertária contra os valores corruptos de uma sociedade que tende a minimizar o indíviduo. O distanciamento temporal ainda mais amplo do que no último filme não apenas arrefece qualquer possibilidade de conflito mais intenso com as forças sociais contemporâneas do momento no qual foi produzido como se torna uma garantia para a certeza moral que retrata as situações de injustiça social através de momentos de interpretação intensos, como o de Coalhouse Jr. sitiado discutindo com um líder religioso negro, porém francamente manipulativos, em termos emocionais. Destaque para o Rhinelander do legendário Cagney, ator associado sobretudo aos filmes de gangster do início do cinema sonoro, ironicamente do lado da lei em seu último papel no cinema. Dino de Laurentiis Co./Sunley Prod. para Paramount Pictures. 155 minutos

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