Filme do Dia: Um Estranho no Ninho (1975), Milos Forman


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Um Estranho no Ninho (One Flews over the Cuckoo´s Nest, EUA, 1975). Direção: Milos Forman. Rot. Adaptado: Lawrence Hauben & Bo Goldman baseado no romance de Ken Kensey e na peça de Dale Wasserman. Fotografia: Haskell Wexler. Música: Jack Nitzsche. Montagem: Sheldon Kahn & Lynzee Klingman. Dir. de arte: Paul Sylbert & Edwin O´Donovan.  Figurines: Aggie Guerard Rodgers. Com: Jack Nicholson, Louise Fletcher, William Redfield, Sydney Lassick, Brad Dourif, Christopher Lloyd, Will Sampson, Danny DeVito, Mews Small.
R.P. McMurphy (Nicholson) é enviado de uma penitênciaria para um sanatório de doentes mentais. Seu espírito rebelde faz com que entre em conflito com a rígida enfermeira Ratched (Fletcher). Sua atitude informal e seu comportamento crítico motiva outros pacientes a saírem da  afasia na qual se encontravam, como no caso do gigante índio Bromden (Sampson). Após ter dirigido o ônibus da instituição para uma improvisada pescaria e provocado outras traquinagens no sanatório, McMurphy é levado para uma sessão de eletrochoques. Sua inquietude o levará a organizar uma pequena orgia, não apenas convidando sua amante Candy (Small), como ainda fazendo com que ela mantivesse relações sexuais com o tímido Billy Bibbit (Dourif). Esse, sentindo-se ameaçado pela possibilidade da enfermeira Ratched contar tudo a sua mãe, suicida-se. McMurphy é levado a uma segunda sessão de choques. Ainda em estado de confusão mental, é morto por Bromden, que fica comovido em  ver toda a vitalidade de McMurphy se transformar numa máscara facial inexpressiva.
Esse, sem dúvida o mais popular filme da carreira de Forman, após o fracasso comercial representado por seu primeiro filme americano, Procura Insaciável (1971), ajusta a sua habitual verve anti-estabelshment, já presente em seus filmes da sua Tchecoslováquia natal, para padrões narrativos e estilísticos bem mais convencionais. Mesmo que a Ratched de Louise Fletcher, em grande interpretação, demonstre muito mais do que severidade, sendo certamente menos caricata do que figuras semelhantes em seus filmes anteriores (os pais dos jovens de Procura Insaciável ou Pedro, O Negro, por exemplo), o filme apela para um emocionalismo de fácil identificação, sinalizando para uma carreira futura certamente mais inexpressiva. Nicholson, que já havia protagonizado filmes bem mais interessante, como Cada um Vive como Quer,  selará de vez a sua persona fílmica – chega em certos momentos a parecer inspirado em Pernalonga, em sua superioridade condescendente,  como  quando chega ao hospital logo ao início  e agarra e beija um guarda – com esse filme. Sua ironia tão ao gosto do clima de contestação de então será reconfigurada para gêneros mais clássicos, como é o caso de O Iluminado, quando tais filmes de pretensão “autoral” não demonstrarem maior apelo de bilheteria.  O fato do personagem que vivencia, a exemplo de Bicho de Sete Cabeças, ser um não louco entre loucos, certamente produz uma sensível abertura para uma maior identificação do público. Kensey, o autor do livro, afirma nunca o ter assistido tão irritado ficou com mudanças como a do protagonista, originalmente o índio. Wexler, ainda que creditado oficialmente, abandonou as filmagens por desavenças com Forman, sendo a fotografia de fato de Bill Butler. Fantasy Films/N.V.Zvaluw. 133 minutos.

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