Filme do Dia: Concerto Sem Dó (1946), Friz Freleng
Concerto Sem Dó (Rhapsody
Rabbit, EUA, 1946). Direção: Friz Freleng. Rot. Original: Tedd Pierce &
Michael Maltese. Música: Carl W. Stalling.
Pernalonga, pianista virtuoso excentrico se apresenta em um
teatro e acaba se deparando com um minúsculo rival à altura que acaba
obscurecendo seu brilho, um rato, que ele tenta literalmente destruir sem
sucesso.
É curioso perceber o quão distinto por vezes é o estilo de
Freleng tanto em termos de narrativa quanto de traço dos desenhos com o mesmo
personagem efetivados por Chuck Jones ou Robert Camplett. Com relação ao
último, os traços mais despojados e menos detalhistas acabariam por derivar
numa produção efetivamente empobrecida posteriormente, como é o caso de Shishkabugs (1962), realizado para a TV
e assinado pelo mesmo Freleng. A relação entre música e animação é bastante
intensa em todo o período clássico, podendo servir o desenho como mera
ilustação (como é o caso da série Screen
Songs) para a canção, se tornar um importante aliado (caso da série Color Classics), ser um tema que envolve
o próprio personagem (como é o caso aqui e de The Cat Concerto, curta com Tom&Jerry que advoga ter sido copiado por esse e
vice-versa) ou interagir na concepção da própria forma do filme (caso de Fantasia).Na banda sonora uma salada
musical que vai de Lizst ao Barbeiro de
Sevilha, passando por um momento endiabrado de jazz. Como é tradição nesse
subgênero, a platéia nunca é sequer entrevista, sendo todas as reações,
inclusive as mais radicais – caso do tiro que Pernalonga lança contra o homem
que o atrapalha tossindo seguidamente na abertura de seu concerto – observada
da perspectiva unilateral de seu protagonista. E, como boa parte das vezes, é
esquecida no meio das estripulias, não
se manifestando ao final. Warner Bros. 7 minutos e 14 segundos.
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