Filme do Dia: A Estratégia da Aranha (1970), Bernardo Bertolucci


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A Estratégia da Aranha (La Strategia del Ragno, Itália, 1970)Direção: Bernardo Bertolucci. Rot.Adaptado: Bernardo Bertolucci, Eduardo de Gregorio e Marilú Parolini baseado no conto de Jorge Luis Borges “O Traidor e o Herói”. Fotografia: Franco di Giacomo&Vittorio Storaro. Montagem: Roberto Perpignani. Com:Giulio Brogi, Alida Valli, Pippo Campanini, Franco Giovanelli,Tino Scotti.
                   Athos Magnani (Brogi), filho de um herói anti-fascista de mesmo nome morto no vilarejo italiano de Tara em 1936 antes que ele nascesse, decide ir atrás da história de seu pai. Ao chegar uma das primeiras coisas  que percebe é um busto em homenagem a seu pai. Ao mesmo tempo que ouve um velho afirmar que na vila todos são de paz, é esmurrado enquanto dorme. Sua referência é Draifa (Valli), ex-amante de seu pai, que se surpreende com a extrema semelhança física entre ambos. A partir de Draifa, ele fica a par de quatro outros homens que foram companheiros de seu pai na ação terrorista que tinha como objeto o assassinato do Duce Mussolini. Enquanto caminha de bicicleta é abordado por um dos ex-companheiros de seu pai, que resolve lhe contar toda a história. O plano teria ido por água abaixo porque a polícia fascista encontrou a bomba no teatro onde seria encenada a ópera Rigoletto. Mussolini não mais visitou a cidade e alguém misteriosamente delatou seu pai. Obcecado com a ideia de quem poderia ter sido o delator, Athos passa a desconfiar de todos os ex-companheiros de seu pai, inclusive posteriormente da própria Draifa, que na noite do crime - ocorrido no teatro no momento da ópera - não se encontrava na cidade. Athos fecha as suspeitas entre os ex-companheiros do pai, já que o assassino deveria se encontrar muito bem informado para saber de todos os detalhes do plano. Pressionado pelas suspeitas de Athos, um dos ex-companheiros de seu pai  lhe revela a verdadeira história. Certo dia, enquanto todos se encontravam reunidos, Athos contou a eles que os traíra, entregando todo o plano para à polícia fascista. Como sabia que haveria de ser morto de qualquer forma, ele próprio sugeriu que nada revelassem sobre sua traição e afirmassem que seu assassinato fora obra da polícia fascista, para que se criasse um mártir a ser cultuado pela população resistente. Athos os acalma, revelando-lhes que não irá contar nada a respeito. Após muita resistência de Draifa, que o quer para si, Athos abandona a cidade.
Primeiro filme de um tríptico em que Bertolucci analisa a história recente da Itália e o mais fraco dos três. A soberba  fotografia de Storaro, assim como a impecável direção de arte certamente fizeram escola da década de 70 em diante, porém o enredo chega longe de ser envolvente como foi o de 1900 (1976) e, principalmente, o de O Conformista. (1971) Abruptos fade in-out, utilizados em excesso, grande fluidez visual, com constantes travellings de acompanhamento e planos abertos que lembram os filmes de Visconti dos anos 50 e 60 compõem a estrutura do filme, estrelado pelo veterano ator em filmes políticos (havia trabalhado pouco antes com Gláuber em O Leão de 7 Cabeças) Giulio Brogi. RAI. 100 minutos.


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