Filme do Dia: O Último Tango em Paris (1972), Bernardo Bertolucci
O Último Tango em Paris (Ultimo
Tango a Parigi, Itália/França, 1972). Direção: Bernardo Bertolucci. Rot.
Original: Bernardo Bertolucci & Franco Arcalli, baseado em argumento de
Bertolucci. Fotografia: Vittorio Storaro. Música: Gato Barbieri. Montagem:
Franco Arcalli & Roberto Perpignani. Dir. de arte: Ferdinando Scarfiotti.
Figurinos: Gitt Magrini. Com: Marlon Brando, Maria Schneider, Jean-PierreLéaud, Maria Michi, Giovanna Galetti, Massimo Girotti, Gitt Magrini, Darling
Légitimus.
Paul (Brando) é um americano em Paris
que passa a viver uma relação com Jeanne (Schneider), inquilina de seu
apartamento, que deve ter como princípio o não envolvimento emocional de ambos,
ao ponto de não se identificarem um ao outro. Jeanne pretende casar em breve
com um cineasta (Léaud), que realiza um filme de coloração autobiográfica,
protagonizado por Jeanne. Unidos pelo desespero, Paul e Jeanne continuam a se
encontrar. Embora negue-se a escutá-la, Paul lhe revela o recente suicídio da
esposa e a culpa que se seguiu. Chega a conversar sobre a falecida com o amante
(Girotti) da mesma. Jeanne encontra-se com Paul em um salão de tango e
demonstra não mais interessada na continuidade do relacionamento. Paul passa a
lhe perseguir e ela o mata.
Bertolucci
desloca seu elegante e fluido trabalho de câmera dos dramas históricos para a
realidade contemporânea e preocupações existenciais mais que políticas. Não há
como negar que o cineasta conseguiu trazer ao cinema, ao explorar a relação
homem-mulher, uma dimensão de maior intimidade, expresso nos diálogos entre o
casal protagonista mesmo que, sob o peso de soar ocasionalmente artificial. Seu
estilo “moderninho”, em grande parte influenciado por Godard, teria enorme– e
sobretudo má –influência no cinema francês posterior. De modo semelhante ao
mestre da Nouvelle Vague, o cineasta
auto-ironiza a estrutura dramática, inserindo momentos cômicos em meio a
tragédia (enquanto o herói de Acossado
faz caretas na hora da morte, Paul prega um chiclete sob a sacada do
apartamento antes de morrer). Fez furor à época de seu lançamento, sendo
proibido em diversos países, inclusive na própria Itália, sobretudo devido a
uma cena de sodomia protagonizada pelo casal. Brando realiza uma de suas
melhores interpretações na tela – senão a melhor. Les Productions Artistes
Associés/PEA. 120 minutos.
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