Filme do Dia: Partner (2007), David Dhawan
Partner
(Índia, 2007). Direção: David Dhawan. Rot. Original: David Dhawan & Yunus Sajawal.
Fotografia: Johny Lal. Música: Wajid Ali. Montagem: Nitin Rokade.Salesh Mahadik
& Sheetal. Figurinos: Theia Bomarbehran, Alvira Kahn & Pooja Sarin.
Com: Salman Khan, Govinda, Lara Dutta, Katrina Kaif, Rajpal Yadav, Ali Hagi,
Dalip Tahil, Aarti Chabbria.
Bhaskar (Govinda) busca Love Guru (Khan), conhecido por
realizar uniões amorosas. Porém Bhaskar se interessa pela milionária e bela
Priya (Kaif). Enquanto isso, o próprio Baskhar se enamora da não menos bela
fotógrafa Naina (Dutta), perseguida pelo mafioso Chota Don (Yadav).
Típica produção comercial indiana inspirada não apenas nos
filmes de ação americanos e indianos como peculiarmente fiel a certas
convenções do cinema indiano – em determinados momentos todos começam a dançar
e cantar e o filme se transforma em um verdadeiro videoclipe. O que
convencionalmente pode ser visto como uma interrupção na narrativa não deixa de
ser mais um elemento a reforçar a redundância da mesma – para além dos números
de dança, os personagens são delineados através de créditos, aqui inscritos nas
roupas dos bailarinos, da animação de seu prólogo e da própria apresentação do
personagem, como é o caso do vilão Chota, que já no primeiro momento que surge
explicita o que ele é. Para não falar das interpelações à câmera. Talvez menos
integrados na história sejam os momentos de pura ação, como o que o herói busca
procurar se desviar de um míssil lançado que persegue seu jet-ski. A
contraposição entre Bhaskar e Love Guru, na verdade o verdadeiro casal em cena,
em que pese todo o machismo inerente desde o início do filme - quando ainda
bebê, Guru relembra o primeiro toque em um rosto feminino - privilegia a
comicidade para o primeiro e a virilidade para o segundo, numa tradição já bem
conhecida, ainda que involuntariamente seja Love Guru quem acabe fazendo o
verdadeiro papel ridículo. Às interpretações, um tanto canhestras, do elenco
como um todo e a evidente recusa de qualquer psicologização dos personagens são
também características do filme que possui ao menos um momento efetivo de certa
comicidade, a partir de uma convenção dramática bastante conhecida, quando a
irmã de Love Guru vai explicar sobre o seu marido no retrato e Chota se
antecipa já chorando, antevendo equivocadamente uma história triste para sua
ausência. O sentimentalismo, beirando a pieguice e a obviedade e falta de
concisão narrativa, ao menos para os padrões ocidentais, são evidentes, assim
como sua dispersão narrativa em subtramas e personagens que não dizem a que
vieram, sumindo subitamente, como é o caso do mafioso, que finda por suscitar um
involuntariamente interessante aceno para um filme de ação que termina por não se
efetivar. K Sera Sera/So hail Khan Prod. para K Sera Sera. 155 minutos.
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