Filme do Dia:La Belle au Bois d'Or (2001), Bernard Palacios
La Belle au Bois d’Or (França, 2001).
Direção: Bernard Palacios. Música: Joël Nauroy.
Bela Adormecida espera muito tempo em vão por seu príncipe.
Certo dia, acorda com o beijo de um coelho, acreditando se tratar do príncipe.
Aturdida, vaga a esmo e esfomeada, é acolhida por um circo, onde ganha a vida
cantando. Não deixa de seguir a trajetória de um filme que assistiu sobre um
príncipe encantado. Quando descobre o descaso que o filme teve e o pouco caso
que todos lidam com o tema toma uma overdose de pílulas para dormir. O ator do
filme sofre um acidente de carro quando vai encontrar sua amada em meio a uma
ventania forte e encontra a jovem adormecida em seu trailer. Uma atração surge.
Ele a vê se apresentar no circo.
Ainda que o tema da espera feminina, sobretudo quando
transposto para outra época, possa soar um tanto anacrônico, a forma como esse
curta entremeia, de forma bem humorada e sutil, aspirações d’outrora com
sintomas mais tipicamente associados com os da (pós) modernidade, neutraliza
esse estranhamento. Palacios não cai no risco, por exemplo, de explicitar o
tempo que a princesa hibernou, o que também o livra de ter que apresentar seu
estranhamento com objetos e costumes do mundo moderno. Ele apenas persegue a
continuidade dessa matriz romântica – hoje identificada com os programas e
gêneros cinematográficos de apelo mais vulgar. É nessa dessincronia, que os
singelos traços dessa animação dão vida a uma situação que, como em Os Guarda-Chuvas do Amor, evita a saída
fácil da mera caricatura – algo que se torna ainda mais enfático através do
belo canto de sua protagonista. 12 minutos.
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