Filme do Dia: La Vita Semplice (1946), Francesco De Robertis
La Vita Semplice (Itália, 1946). Direção: Francesco De Robertis.
Rot. Original: Francesco De Robertis & Giovanni Passante Spaccapietre sob
argumento de De Robertis. Fotografia: Bruno Barcarol. Música: Ennio Porrino. Montagem: Francesco De
Robertis. Dir. de arte: Ottavio
Scotti. Com: Luciano de Ambrosis, Giulio
Stival, Anna Bianchi, Maurizio D’Ancora, Gino Cavalieri, Guido Zago, Egisto
Olivieri, Mario Sailer.
Toto (D’Ancora) e Marco Bressan
(Cavalieri) são dois fabricantes de gôndolas que tem sua oficina posta a risco,
depois que o ganancioso industrial milanês Giulio Caldri (Stival), resolveu
comprar o terreno. Como eles não cedem, mesmo aos valores tentadores ofertados
por Giulio, esse pretende criar caso na justiça por conta da dupla ter acolhido
um garoto órfão. Porém o que o industrial não contava é que sua filha, Migia
(Bianchi), fosse se apaixonar pelo escultor, filho do fabricante de gôndolas.
Talvez o que mais chame atenção,
nesse que foi um dos poucos filmes sobreviventes da cerca de duas dezenas
filmados em Veneza durante a “República de Saló”, após a deposição de Mussolini
e a dominação alemã sobre a Itália, bastante malquistos por sua indesejável
proximidade ideológica com a resistência fascista, seja o quão adere à
formulas românticas triviais e tampouco se aproxima de qualquer mensagem
ideológica mais direta, ao contrário dos filmes realizados anteriormente por De
Robertis (Uomini e Cieli, Uomini sul Fondo, Alfa Tau!). Assim como nos filmes anteriores de guerra, essa
pretensa comédia de costumes possui uma montagem hiper-dinâmica, com a presença
de vários planos que não duram mais que frações de segundo, porém aqui o efeito
(não por acaso a montagem foi efetuada pelo próprio De Robertis) acaba soando
apenas como um virtuosismo inócuo que pouco acrescenta ou diminui à banalidade
de seu enredo. Seu populismo fácil em nada lembra a trilogia anterior dirigida
pelo realizador, na qual em dois dos três filmes, havia experiências que
construíam um universo dramático a partir de elementos documentais de forma
ainda mais radical do que Rossellini, seu discípulo, o faria em La Nave Bianca. Scalera Film S.P.a. 90 minutos.
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