Filme do Dia: O Julgamento e o Homem (1910), D. W. Griffith
O Julgamento e o Homem (The Oath and the Man, EUA, 1910).
Direção: D.W. Griffith. Rot. Original:
Stanner E.V. Taylor. Fotografia: G.W. Bitzer. Com: Henry B. Walthall, Florence
Barker, W. Chrystie Miller, Francis J. Grandon, Elmer Booth, Charles Craig,
William J. Butler, Dorothy Davenport, Dell Henderson, Anthony O´Sullivan.
A Senhora Prevost
(Barker), recém-casada, decepciona seu marido Henri (Walthall), quando decide
esnobá-lo e se juntar a corte aristocrática. Henri, com sangue quente, pensa em
vingança imediata, sendo impedido pelo padre (Miller), que o faz retornar à
razão. Quando irrompe a revolução, no entanto, Henri, um dos líderes de um
grupo, não perde oportunidade de invadir a propriedade dos nobres onde se
encontra sua mulher. Essa consegue fugir e acaba retornando para lhe pedir
perdão e voltar a viver como sua esposa.
Um dos temas recorrentes entre as várias centenas de filmes que Griffith dirigiu para a Biograph era o da Revolução Francesa. Aqui, talvez mais do que em qualquer outro, fique mais explícito o que os une: o melodrama. São motivos caros ao melodrama pós-revolucionário que aqui são tematizados e comprimidos como o são, acabam igualmente ressaltando o que havia de mais esquemático em tal produção teatral. Notadamente esse papel fica aqui reservado a figura da moral representada pelo padre, que surge do nada nas duas ocasiões em que Henri pretende chegar às vias de fato e se vingar de sua traição. O maniqueísmo habitual que contrapõe uma vítima plebeia e uma aristocracia vilã, no entanto, é atenuado ao não apresentar os aristocratas de modo negativo, algo que acaba ficando mais evidente para a turba revolucionária, essa sim sempre apresentada de modo bestial. O retorno da mulher ao marido sinaliza menos uma vitória da moral burguesa sobre a aristocrática, tal como na ética do melodrama teatral pós-revolucionário do que um reconhecimento do lugar de cada um. No plano narrativo, o filme demonstra a habilidade do realizador com relação às produções do ano anterior. Aqui, em espaço de tempo semelhante, tem-se em média uma quantidade de planos três vezes maior, demonstrando uma acuidade bem maior com a decupagem e continuidade, o que tende a tornar a história mais fácil de ser compreendida. Biograph. 11 minutos.
Um dos temas recorrentes entre as várias centenas de filmes que Griffith dirigiu para a Biograph era o da Revolução Francesa. Aqui, talvez mais do que em qualquer outro, fique mais explícito o que os une: o melodrama. São motivos caros ao melodrama pós-revolucionário que aqui são tematizados e comprimidos como o são, acabam igualmente ressaltando o que havia de mais esquemático em tal produção teatral. Notadamente esse papel fica aqui reservado a figura da moral representada pelo padre, que surge do nada nas duas ocasiões em que Henri pretende chegar às vias de fato e se vingar de sua traição. O maniqueísmo habitual que contrapõe uma vítima plebeia e uma aristocracia vilã, no entanto, é atenuado ao não apresentar os aristocratas de modo negativo, algo que acaba ficando mais evidente para a turba revolucionária, essa sim sempre apresentada de modo bestial. O retorno da mulher ao marido sinaliza menos uma vitória da moral burguesa sobre a aristocrática, tal como na ética do melodrama teatral pós-revolucionário do que um reconhecimento do lugar de cada um. No plano narrativo, o filme demonstra a habilidade do realizador com relação às produções do ano anterior. Aqui, em espaço de tempo semelhante, tem-se em média uma quantidade de planos três vezes maior, demonstrando uma acuidade bem maior com a decupagem e continuidade, o que tende a tornar a história mais fácil de ser compreendida. Biograph. 11 minutos.
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