Filme do Dia: Blue (1993), Derek Jarman


Blue (Reino Unido, 1993). Direção e Rot. Original: Derek Jarman. Música: Simon Fisher-Turner Momus. 
Colagem de áudio e ruídos sobre o mesmo fundo azul do início ao final. Jarman pretende evocar a crescente deficiência visual em seu processo terminal que o levaria a morte no ano seguinte.  Na trilha de áudio ouve-se o próprio Jarman e alguns outros (como Tilda Swinton e Nigel Terry). Sua estratégia pode evocar a técnica do fluxo de consciência de Virginia Woolf, ao de certa forma representar uma evocação da própria mente e subjetividade humanas ainda que sua bravura formal (é ainda mais radical em sua proposta que Branca de Neve, de João César Monteiro, no sentido de que aquele ainda  pode se apoiar grandemente em um fluxo narrativo mais convencional  em sua banda sonora, e aqui tudo acaba se restringindo a sua sofisticada sonoplastia) também tenha um custo elevado, que exige bastante do espectador (auditor?). Jarman vai de evocações do passado até detalhes clínicos de seu tratamento (como a extensa lista de contra-indicações de um dos medicamentos que faz uso), da poesia a mais banal descrição do que encontra nos intermináveis corredores dos hospitais, da certeza da morte e ausência de posteridade a uma fantasia juvenil pela Índia. Basilisk Co./Uplink Co./Arts Council of Great Britain/Channel Four Films/BBC Radio/Opal. 79 minutos.

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