Filme do Dia: Lo Sbaglio di Essere Vivo (1945), Carlo Ludovico Bragaglia
Lo Sbaglio di Essere Vivo (Itália, 1945). Direção: Carlo Ludovico
Bragaglia. Rot. Adaptado: Aldo De
Benedetti, a partir de sua própria peça homônima. Fotografia: Arturo Gallea.
Música: Nino Rota. Montagem: Fernando Tropea. Dir. de arte e Cenografia: Gianni
Mazzocca. Com: Isa Miranda, Vittorio De Sica, Gino Cervi, Dina Galli, Luigi
Almirante, Edda Soligo, Giuseppe Pierozzi, Liliana Laine.
Adriano Lari (De Sica) procura
tirar partido de ter sido dado como morto, planejando com a esposa Maria
(Miranda), manter em segredo entre eles o fato, para receberem uma rica apólice
de seguro. Quando viajam de trem, no entanto, Maria encontra casualmente o engenheiro Gugliemi (Cervi), que passa a cortejá-la. Quando ele
vê Adriano, esse inventa na verdade ser irmão do falecido. E, como cunhado,
passa a observar a corte e futura união de sua esposa com o rico Gugliemi.
Fazendo uso de longos planos que
tiram o melhor partido do trio principal, pois é de fato esse que interessa ao
filme – e, sobretudo, para os padrões morais de então, observar um homem cavar
não apenas sua própria morte social mas, antes de tudo, a perda de sua legítima
esposa para outro diante de seus olhos – o filme ainda assim consegue driblar
relativamente bem a sua origem teatral. Suas qualidades e limites se encontram
marcados por sua proposta ao mesmo tempo humorística ansiosa de farsa algo
herdeira do enredo de O Falecido Mattia
Pascal, de Pirandello. Em alguns poucos momentos chega a ser
verdadeiramente divertido, sobretudo graças ao carisma de De Sica, que mesmo já
se tornando cada vez mais identificado como cineasta e voltado, ao menos no
momento, para uma produção de maior aproximação com os problemas sociais da
Itália, que foi sua colaboração para o Neo-Realismo, tampouco esquecera os
cacoetes naturalistas que havia aprendido com seu mestre Mario Camerini, e
aprimorado como é o caso em questão aqui. Como é bastante habitual então, o
filme é em sua maior parte uma narrativa de Adriano para o coveiro do
cemitério, sentados sobre seu próprio túmulo. Cineconsorzio para SANGRAF. 81
minutos.
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