Filme do Dia: La Nassaince, La Vie et la Mort du Christ (1906), Alice Guy
La Nassaince, La Vie et la Mort du
Christ (França, 1906). Direção: Alice Guy.
Como em Vida e Paixão de Jesus Cristo, de Zecca, dentre outras “paixões” do
período, encena-se algumas das passagens mais marcantes de sua trajetória –aqui
em 25 quadros. A ausência de encadeamento direto dos fatos se dá pelo notório
conhecimento da narrativa em questão pelo seu potencial público, então cada
cartela padronizada com anjos anuncia o que se sucederá no quadro a seguir – a
noção de quadro faz mais sentido que a de plano, já que cada tomada representa
uma cena e mesmo quando existe a inserção de efeitos óticos, como os anjos que
se avizinham do Jesus criança, não existe mudança de enquadramento. As
trucagens, em geral, são utilizadas com mais parcimônia que no filme de Zecca.
Curiosamente a última ceia não é filmada de forma frontal como seria de se
esperar do casamento das ilustrações de todo um período coincidentes com modos
de encenação prevalentes no Primeiro Cinema. Ao contrário de Zecca, existe uma
ênfase bem maior na prisão e martírio de Cristo. Destaque para o momento em que
Maria segura a camisa com a marca do rosto do filho, que mais parece ter sido
produzida em alguma gráfica que ser uma imitação do sudário; trata-se, de todo
modo, de um plano que a destaca do resto da multidão que segue o martírio de
forma diferenciada de todo o restante do filme. Fica-se com a impressão de que
aqui ocorre maior mescla entre cenários estilizados e locações que o filme de
Zecca e menos que Da Manjedoura à Cruz
(1912). Société des Etablissements L.Gaumont. 34 minutos.
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