Filme do Dia: A Lady in Waiting (2024), Maeve Panich
A Lady in
Waiting (EUA, 2024). Direção e Rot. Original Maeve Panich. Montagem Maeve Panich
& Melanie Taylor. Dir. de arte Jacqueline Preston. Figurinos Sadie O’Conor.
Com Sadie O’Conor, Grania Whelan, Ben
Chalex, Jacqueline Preston.
Inglaterra, anos 1810.
Florence (O’Conor) tenta esconder o relacionamento que vive com sua
criada Katherine (Whelan), de seu noivo, o Sr. Windham (Chalex) que, um pouco
desconfiado de tanta proximidade, prefere que ela não vá viver com o casal.
Boa parte da produção estudantil estadunidense é
inescapavelmente vítima do peso enorme sobre o qual soçobra possuir uma
indústria do entretenimento da escala que possui. A maior parte desta produção
envereda por uma sátira das limitações de uma produção realizada no âmbito
acadêmico em relação ao objeto do desejo, o filme de gênero (The Taken: Part
1, Touch, Unberable). No caso em questão, busca-se o que
seria considerado um “filme de arte” dentro deste universo. Não por acaso,
portanto, escolhe-se um filme de época, pois boa parte do público associa filme
de arte com direção de arte e figurino (e o primeiro plano do filme é deste
tipo de requinte estético chamativo, que o restante do filme não terá, mas não
deixa de ser invocativo deste desejo). E, tampouco, não se escolhe
gratuitamente um tema envolvendo homossexualidade, outro atrativo associado
fortemente com um cinema independente, por mais que já também contemplado pelo
cinema “industrial”. E o resultado é A Lady in Waiting, no qual o amor
passível de ser expresso socialmente entre criada e patroa o é nas longas escovadas de cabelo que a primeira
proporciona a segunda. Dickens afirma sobre o patético que resta a um
adolescente, não mais criança mas tampouco ainda um adulto, no qual todas as
ações parecem trair este em falso do que ainda não é. É grandemente a sensação
de se assistir este curta, e se imaginar onde conseguiram os figurinos de
época, o pouco mobiliário presente e certa pose afetada, sobretudo da figura
masculina, a impertinentemente impor sua presença atravessadamente viril entre duas
discípulas do amor sáfico. E, como tal, sem merecer sequer ser chamado pelo
primeiro nome, apenas pelo peso da tradição familiar. Dito isso, há algo também
tocante em todo este esforço de criação/imitação, por mais que sempre sobre ele
paire a sombra da mesma condescendência de um crítico de um Dickens sobre os
adolescentes. |11 minutos.![]()
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