Filme do Dia: How Animated Cartoons Are Made (1919), Wallace A. Carlson
How Animated Cartoons
Are Made (EUA, 1919). Direção Wallace A. Carlson.
Seguindo uma tradição que observa os
bastidores do universo da animação, algo muito comum então, desde ao menos Winsor
McCay, The Famous Cartoonist of American of New York Herald and His Moving
Comics (1911), e tornada comum sobretudo na década seguintes, com os
Fleischer (Invisible Ink e muitos outros), Carlson já inicia com uma
ótima referência à fama dos produtores de então. Segue com uma história que viu
em uma brochura, e que o levou a redigir um texto, para o escritório do dono do
estúdio e pede para que permaneçam do lado de fora, saindo praticamente chutado
de lá, mas afirmando (via cartelas, óbvio) polidamente que ele apenas afirmara
que precisava de uns pequenos refinamentos, embora vejamos que os papeis voaram
e se espalharam no tranco. Vemos então o desenhista apresentar duas cenas que
do roteiro, segundo ele as mais simples, por onde se iniciaria a realização dos
desenhos. Depois de desenhar um cenário, é desenhada uma garota sobre o muro.
Apresenta então o modo como é simulado o diálogo entre os personagens,
desenhando várias cabeças de Dud – o personagem recorrente de Carlson – com
bocas em situação distinta (abertas, fechadas, franzidas). O animador então
leva dezenas de desenhos para serem fotografados. A máquina que os fotografa
lembra um copiadora ou scanner, e o processo é efetuado pelo próprio
desenhista, abrindo-se uma aba, pondo-se
o desenho e girando uma manivela. há uma evidente alusão às condições
extorsivas de trabalho, já que se segue uma cartela que indicada já ter passado
48 horas, e o jovem continua no mesmo processo. Ao final, quando exibem as duas
cenas, percebe-se um equívoco no final da segunda cena – observa-se que uma
mulher manca não corre da forma como foi desenhada. Aí resta a estocada final
que é, para além de ajeitar o observado, “só falta realizar as 62 outras
cenas”. É o próprio Bray quem faz as observações e a projeção parcial do material
fotografado é observado sob a forma de desenho e não mesclando animação e ação
ao vivo, técnica que não é utilizada nessa produção, embora já constasse de
produções anteriores do estúdio, como é o caso de Jack the Giant Killer,
de três anos antes.| J.R. Bray Studios. 9
minutos e 52 segundos.
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