Filme do Dia: Winsor McCay, The Famous Cartoonist of N.Y. Herald and His Moving Comics (1911), Winsor McCay & J. Stuart Blackton

 


Winsor McCay, The Famous Cartoonist of N.Y. Herald and His Moving Comics (EUA, 1911). Direção: Winsor McCay & J. Stuart Blackton. Rot. Original: Winsor McCay. Fotografia: Walter Arthur. Com: John Bunny, Winsor McCay, George McManus.

Winsor McCay aposta com um grupo de amigos como será capaz de realizar quatro mil desenhos em um mês para o seu projeto de desenho animado. Os amigos riem de suas pretensões. Um ajudante de McCay acaba atrapalhando menos que ajudando mas, um mês após, ele consegue exibir a animação para os amigos.

Esse filme é um importante testemunho dos primórdios da animação. Quase todo filmado em ação ao vivo,  apresentará o processo da elaboração do desenho como mais importante do que o próprio conteúdo, numa dimensão que remete ao pioneiro Blackton (não por acaso co-realizador) como antecipador de estratégias mais elaboradas da década seguinte como as presentes nas animações de Walter Lantz e, sobretudo, dos Irmãos Fleischer. E talvez a própria lógica do filme em seus primórdios, no qual a sensação de se assistir a uma imagem em movimento era primordial. Aqui, apenas ao finalzinho se tem um breve acesso a animação realizada por McCay, apresentando personagens coloridos a mão. McCay, como o próprio título indica, tira partido de sua fama prévia como cartunista da imprensa, ao mesmo tempo que a incensa ainda mais com o lançamento de tal filme. Estréia do realizador que, na verdade, levou quatro anos confeccionando os quatro mil desenhos aos quais faz referência no filme. Mesmo que seu domínio da técnica pareça mais bem conseguido em filmes posteriores, tais como How a Mosquito Operates, realizado no ano seguinte, também mais divertido, parece antecipar de forma mais fiel o estilo que se tornaria a marca registrada do animador, seus elegantes traços básicos em estilo art noveau, assim como a presença em cena de animais de grande porte, ainda que mitológicos, como o caso do dragão que finda por levar o príncipe e sua princesa –desenhada pelo próprio personagem para lhe fazer companhia, numa interessante referência meta-textual. Destaque para a precariedade dos cenários e dos objetos em cena, mais próximos do Primeiro Cinema que da lógicca do filme narrativo clássico que começa a se delinear com Griffith. Assim como para a cena na qual se satiriza a quantidade de material empregado para os desenhos, com vários barris de tinta e estoques de papel. Vitagraph Co. of America para General Film Co. 10 minutos e 38 segundos.

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