Filme do Dia: Mekong Hotel (2012), Apichatpong Weerasethakul

 


Mekong Hotel (Tailândia, 2012). Direção e Rot. Original: Apichatpong Weerasethakul.

No terraço de um hotel, dois jovens se enamoram. O rapaz fala dos espíritos responsáveis pela morte de seu cachorro. A moça, possui uma mãe, que pede desculpas por também ser um espírito. Oscilando entre situações documentais com outras de uma ficção que pode soar delicada, como na apresentação dos contatos entre o jovem casal, com outros simplesmente em que a dramaticidade parece ela própria induzir a certo histrionismo. Alguns planos se detém muito além do habitual, como os planos finais da dinâmica de jet-skis cruzando o rio e uma canoa. Trata-se de uma experiência que provavelmente menos encanta, em termos estéticos habituais, por mais que a singeleza dos planos e diálogos, assim como um diálogo específico sobre uma camisa possam soar como algo para uma iniciação narrativa, que faz indagar sobre o seu sentido ou ausência, no sentido habitual, dele. Talvez uma das coisas que mais desoriente, em termos dos protocolos do que seja uma narrativa, seja a ausência de demarcações de transição temporal. Tudo parece fluir ao mesmo tempo, porém, sem a necessidade de que para isso se faça uso de recursos que habitualmente demarcaram essa presentificação no cinema – tela dividida, montagem paralela, etc. Minimalista e algo repetitivo na organização de suas imagens, que basicamente não saem de um ambiente restrito, tal como os acordes que se escuta, praticamente os mesmos, em sutis variações, de um violão, ao longo do filme. Destaque para a quantidade de situações nas quais o casal conversa de costas para a câmera. 57 minutos.

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