Filme do Dia: Cor da Pele: Mel (2012), Laurent Boileau & Jung Henin

 


Cor da Pele: Mel (Couleur de Piel: Mel, França/Bélgica/Coréia do Sul/Suiça, 2012). Direção e Rot. Original: Laurent Boileau & Jung.Henin. Fotografia: Remon Fromont. Música: Siegfried Canto & Little Comet. Montagem: Ewin Rickaert. Dir. de arte: Jean-Jacques Lonni.

Durante a Guerra da Coréia e após milhares de crianças coreanas foram adotadas ao redor do mundo. Jung foi adotado por um casal francês que já possuía 3 filhos e adotaria ainda uma menina coreana. Jung cresceu algo ensimesmado com o fato de ser diferente dos outros, apesar de vários outros garotos coreanos adotados também viverem em suas cidades. Ele se refugia no seu mundo dos sonhos, fomentado sobretudo pelos desenhos. Durante um determinado momento, influenciado por produtos culturais japoneses, decide renegar sua ascendência coreana e se considerar japonês. O fato de ter mentido e roubado em um episódio, assim como cometido outras irresponsabilidades provoca a ira dos pais, sobretudo de sua mãe adotiva, que o espanca sem dó. Quando adolescente decide não mais morar com a família que o adotara e se refugiar na casa de um padre que fora seu professor de religião. O encontro casual com uma de suas irmãs, que finge não ver, faz com que essa fique triste e ela diz que a casa já não é mais a mesma após sua partida. Enfraquecido e com hábitos gastronômicos nada saudáveis, o Padre chama a mãe de Jung que o leva ao hospital, onde toma uma transfusão de sangue e retorna a moradia da família. Jung decide conhecer a Coreia já adulto. A visita o faz perceber quão perto e quão longe se sente do país. Deixa de idealizar sua mãe biológica  e aceita que já possui uma mãe, sua única mãe de fato.

Sincera e corajosa, essa animação entremeada com imagens de ação ao vivo, no início fazendo uso de material em super-8 e também de um cinejornal cujo tema são as crianças coreanas adotadas e posteriormente mesclando imagens que remetem as experiências infantis e adolescentes de Jung animadas com alguns planos em que surge o próprio traço de um ou outro desenho, assim como cenas da visita do mesmo ao país natal (nos dois últimos casos as imagens não acrescentam grande coisa ao filme e, no segundo caso, particularmente ao que é expresso pela narração over). Por mais interessante e criativa que seja sua empreitada, é parcialmente prejudicada por se encontrar demasiado colada a própria experiência autobiográfica de seu realizador e fazer uso de uma manipulação emocional talvez excessiva. Artémis Prod./Belgacom/Mosaique Films/Panda Media/RTBF/RTS. 70 minutos.

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