Filme do Dia: Confissões na Noite (1996), Daniel Levy
Confissões na Noite (Stille Nacht, Alemanha/Suíca, 1996)
Direção: Dani Levy. Rot.Original: Klaus Chatten, Dany Levy & Maria
Schrader. Fotografia: Carl-Friedrich Koschnik. Música: Niki Reiser. Montagem:
Gerhard Henke, Martin Schmassmann & Andreas Schreitmüller. Com: Maria
Schrader, Jurgen Vogel e Mark Schlichter.
Jovem mulher liberada e moderna
(Schrader) alemã passa uma noite de natal infernal, balançada entre os apelos
do marido que se encontra em Paris e a presença física do amante bissexual.
Após a atormentada noitada, acaba por adormecer ao lado do amante, sem chegar a
nenhuma conclusão sobre sua vida.
Tedioso filme que talvez possua como
único mérito reproduzir com fidelidade a falta de ideais, motivação de viver, o
tédio e a gratuidade de um certo estrato social burguês, cosmopolita e (pseudo)
sofisticado. Vivenciar uma crise existencial fica a parecer ser uma experiência
única e intransferível ou, pelo menos, não facilmente trabalhada pelo cinema
sem cair no que pretende retratar: tédio infinito. Quando muito o cinema
conseguiu expressar essa condição enquanto um malaise que acomete todo
um círculo social e apenas grandes nomes - como o Fellini de A Doce Vida (1960) - conseguiram-no com
sucesso. No mais os diálogos preto-no-branco do cinema clássico americano soam
de uma sofisticação muito além dos cerebralismos modernosos que não conseguem
ir além de um medíocre cartão postal de uma época que não prima muita pelas
idéias. O hedonismo, auto-complacência e vazio espiritual (no sentido mais
amplo que o meramente religioso) da protagonista leva-a a ainda buscar alguma
simbologia de maior força - leva para seu apartamento uma árvore de natal
jogada da janela de um apartamento – meso que somente enquanto uma frágil
referência ao que parece já ter representado um dia. Exemplo acabado de mau
cinema, com seus diálogos pseudo-literários - e, pior, sua excessiva
dependência deles - e, por via inversa, valorização de uma imagem de efeito visual
de impacto mas, como a protagonista, desprovida de qualquer essencialidade,
alma. Uma mescla de linguagem publicitária e o cinema francês modernoso dos
anos 80. Como na sequência em que os dois amantes correm de madrugada sob a
neve que cai lentamente. Antes o escracho de Paixão Selvagem. Faama Film/Fool Film/Schweizer
Fernsehen/WDR/X-Filme Creative Pool. 83 minutos.
Comentários
Postar um comentário