Filme do Dia: Maître Galip (1964), Maurice Pialat
Maître Galip (França, 1964). Direção:
Maurice Pialat. Rot. Adaptado: A partir do poema de Nazim Hikmet. Fotografia:
Willy Kurant.
Ainda mais que em Pehlivan, centrado em tema único, esse curta de Pialat do momento
inicial de sua carreira, também ambientado na Turquia, toma as palavras de um
poeta como passaporte para olhares menos centrado ou mais dispersos sobre
motivos vários. Complementa a poesia um canto tradicional e é da complexa
tessitura entre o canto e sua música, a poesia e as imagens da primavera
escaldante em Istambul que o curta trafega. Às crianças, entrevistas em meio a
multidão em Pehlivian, observa-se com peculiar atenção, bem antes
mesmo do narrador atentar para uma passagem do poeta que faz referência aos
seus cinco anos de idade. Seus rostos miúdos surgem inicialmente valorizados
apenas por si próprios. Posteriormente vinculados a passagem dos anos pelo
poeta, como referido e aí, quando a idade adulta chega, é a preocupação com o
trabalho que se torna premente, embora em contraste as imagens ofereçam cenas
de atividades improvisadas, ambulantes. Curioso e poético, sobretudo enquanto
exercício original e lírico que traça o panorama de uma vida a partir de poucas
palavras e imagens, e dessas últimas ilustra as primeiras a partir de um
recorte espaço-temporal idêntico, mas ilustrado igualmente como se retratasse a
passagem da infância à velhice. Destaque para as belas imagens de velhas
construções semi-destruídas à beira do rio. Aparentemente o título faz
referência a um personagem citado pelo poema de Hikmet, considerado um dos mais
importantes poetas vanguardistas turcos, morto no ano anterior ao lançamento
desse curta. Lux Compagnie Cinématographique de France/Como Films. 11 minutos.
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