Filme do Dia: Pehlivan (1964), Maurice Pialat
Pehlivan (França,
1964). Direção e Rot. Original: Maurice Pialat. Fotografia: Willy Kurant. Montagem: Bob Wade.
Tradicional luta
turca entre homens de corpos besuntados de óleo se dá diante de uma
arquibancada com uma pequena multidão. Esse curta de Pialat, principalmente ao
início, parece quase aderir a esses corpos que interagem enfiando a mão na parte
traseira da calça do adversário como um dos gestos-chaves ou mesmo da frente –
o que a voz over vem a comentar, justificando imagens anteriormente observadas
de um dos contendores derramando o óleo por dentro da própria calça. Em
paralelo ao exibicionismo masculino, como observação do comentador, existe
apresentações de dança de mulheres e é curioso se observar o contraste entre o
que, no caso masculino, é observado como um jogo, por mais que o contato entre
os corpos traiam uma forte dimensão homo-erótica não explicitada (talvez Claire
Denis tivesse conhecimento desse curta antes de realizar seu Bom Trabalho) e, no caso feminino, uma apresentação diretamente atrelada ao
erótico olhar voyeurístico de sua plateia predominantemente masculina e
compreendendo todas as gerações, incluindo crianças. Algumas das dançarinas vão
tirando aos poucos suas peças ao som frenético de músicos que exercitam
instrumentos musicais tradicionais. Portanto, ao corpo masculino, como
habitual, sobretudo até então, exime-se o caráter de objeto sexualizado,
restrito ao feminino, função que a câmera
parece problematizar, ao se tornar espectadora, com a mesma curiosidade,
de ambos os espetáculos, algo que a narração não chega a pontuar. O título faz
menção a denominação genérica do lutador observado. Como Films. 13 minutos.
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