Filme do Dia: Como na Vida (1910), D.W. Griffith

 


Como na Vida (As It Is in Life, EUA, 1910). Direção: D.W. Griffith. Rot. Original: Stanner E.V. Taylor. Fotografia: G.W. Bitzer. Com: George Nichols, Gladys Egan, Mary Pickford, Marion Leonard, Charles West, Mack Sennet, William J. Butler, Kate Bruce.

George (Nichols), velho viúvo pobre que trabalha numa fábrica de pombos tem que sustentar a si e a sua jovem criança (Egan). Ele abre mão de um velho amor de infância (Leonard) pois não poderá sustentar as duas e não se conforma quando, logo após retornar, a filha se enamora de um rapaz (West) e se casa, saindo de sua residência.

           Esse melodrama griffithneano trai um tanto de patético, como lhe é habitual mas, ao mesmo tempo, com sua mescla de fatos dramáticos e divertidos – há uma seqüência bem humorada na qual Pickford não consegue atrair ninguém para auxiliar ela e seu bebê que soa extremamente moderna – parecendo antecipar basicamente melodramas envolvendo famílias até os dias de hoje, tocando na questão dos laços de família, sobretudo entre pai e filha. É evidente que, dada a compressão da narrativa, tanto a aproximação do velho de seu amor de juventude quanto – e principalmente – da filha de seu amado soem um tanto toscas em sua precipitação. Tampouco deixa de produzir um humor involuntário a gesticulação exagerada e herança do teatro que o velho produz, assim como a forma desesperada que se aproxima do casal enamorado duas vezes, na primeira delas retornando de onde veio, na segunda enfrentando o futuro sogro. Ainda assim, guarda algumas das imagens mais belas do realizador, que são as revoadas maciças de pombos. Seu grafismo se torna ainda mais interessante por se fazer não em um momento poético destacado, mas no próprio cotidiano de trabalho nos quais os personagens estão demasiado imersos para perceberem sua beleza. Seu título  busca ser um não muito frequente (à época) indicativo de pretensões naturalistas de identificação com a própria vida.  Biograph Co. 12 minutos.

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