Filme do Dia: Os Três Mosqueteiros: D'Artagnan (2023), Martin Bourboulon

 


Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan (Les Trois Mousquetaires: D’Artagnan, França/Alemanha/Espanha/Bélgica, 2023). Direção Martin Bourboulon. Rot. Adaptado Matthieu Delaporte & Alexandre de la Patellière. Fotografia Nicolas Bolduc. Música Guillaume Roussel. Montagem Célia Lafitedupont. Dir. de arte Stéphane Taillason & Patrick Schmitt. Cenografia Philippe Cord’homme. Figurinos Thierry Delettre. Maquiagem e Cabelos Stéphane Robert & Fulvio Pozzobon. Com François Civil, Vincent Cassel, Louis Garrel, Vicky Krieps, Eva Green, Romain Duris, Pio Marmaï, Lyna Khoudri, Jacob Fortune-Lloyd, Eric Ruf, Marc Barbé.

1627. Numa França na qual protestantes, aliados dos ingleses, e católicos vivenciam fortes tensões, D’Artagnan (Civil), jovem da província, vem a ser quase enterrado vivo, quando intervém no sequestro de uma jovem. Ele se apresenta ao Capitão de Tréville (Barbe) com a intenção de se tornar mosqueteiro e consegue ser chamado para duelar com três outros: o veterano Athos (Cassel), o circunspecto Aramis (Duris) e o simpático Porthos (Marmaï). Quando vão iniciar o duelo são surpreendidos pelos soldados do Cardeal Richelieu (Ruf), que o levam diante de Sua Alteza Louis XIII (Garrel), que os repreende pois somente devem gastar tal energia por ele. D’Artagnan se enamora da dama da Rainha Anne da Áustria (Krieps) que, por sua vez, vivencia um caso com o Duque de Buckingham (Fortune-Lloyd), traindo o rei, seu marido. Athos é falsamente acusado de assassinar uma prostituta, e condenado à forca, sendo livre dela por seu irmão mais jovem, e no intuito de livrá-lo da pena D’Artagnan descobre que a moça morta era justamente a que tentara livrar do sequestro.  E quem se faz passar por ela uma mulher misteriosa,  Milady (Green). Richelieu trama com esta um plano para desacreditar a rainha. E o objeto de discórdia é um colar recebido por Anne do rei e entregue ao amante. D’Artagnan vai a Inglaterra recuperar o colar, mas antes que o consiga, o Duque é seduzido em um baile de máscaras por Milady. Perseguida por D’Artagnan esta se joga de um penhasco. Ele traz o colar de volta, bem a tempo de Anne portá-lo, pois o rei já se dera conta de sua ausência no colo da esposa. E, no momento de celebração do casamento do irmão do rei, um atentado protestante direcionado ao rei faz várias vítimas, sendo Louis poupado por Athos, que vem a ser perdoado por ele, e D’Artagnan tornado mosqueteiro. A rainha sopra a D’Artagnan que Constance o espera em uma taverna. Ouvindo os gritos desta, D’Artagnan vem a ser neutralizado pelos homens de Richelieu, enquanto Louis se encontra disposto a declarar guerra à Inglaterra.

Há algo de precipuamente fastidioso quando nos encontramos em vias de deparar-nos com narrativas tão rocambolescamente folhetinescas quantos as de Dumas, nas páginas de um livro (o que ainda pode funcionar melhor quando se é adolescente) ou nas telas de um cinema – não à toa os franceses não buscavam adaptá-lo desde os idos da década de 60, e também no formato duplo. Sua divisão em dois filmes, algo bem demarcado ao final deste (o segundo episódio se chamando Os Três Mosquiteiros: Milady) não seria exceção, por mais que se tente uma fotografia ensombrecida, a presença de um Porthos (personagem mais inexpressivo dos quatro mosqueteiros) bissexual e ao menos uma sequencia visual digna de atenção, a que observa um cadáver a cair e o combate tendo como moldura uma porta de castelo. Embora consiga  impregnar um ritmo a um dos exemplos prototípicos da aventura, surge como algo mecânica a subdivisão folhetinesca dos eventos, como soluçadas – a chegada de D’Artagnan a Paris, seus contratempos e resoluções é seguida pela condenação a morte de Athos, por sua vez substituída pelo episódio do colar, findando com o elo para a continuidade no seguinte, envolvendo o sequestro de Constance e a provável guerra a ser deflagrada. Preocupado além do ritmo da trama com seu apuro visual, sobra muito pouco tempo para que se sinta qualquer tipo de interação de fato entre os personagens, sejam os mosqueteiros entre si, o casal real ou mesmo Constance e D’Artagnan, nada aliás muito distante, provavelmente, de seu original literário. |Chapter 2/Pathé/M6 Films/Constantin Film/ZDF/DeAPlaneta/Umedia para Pathé. 121 minutos. 





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