Filme do Dia: Don't Change Your Husband (1919), Cecil B. DeMille
Don´t Change Your Husband (EUA, 1919).
Direção: Cecil B. DeMille. Rot. Original: Jeanie MacPherson. Fotografia: Alvin
Wyckoff. Montagem: Anne Bauchens. Dir. de arte: Wilfred Buckland. Com: Gloria
Swanson, Elliot Dexter, Lew Cody, Sylvia Ashton, Theodore Roberts, Julia Faye,
James Neill, Ted Shawn.
Leila (Swanson) decide romper seu
casamento com o marido James (Dexter), devido ao descaso e falta de vitalidade,
passando a viver com o escroque galanteador Schuyler (Cody), que conheceu no
jantar que comemorava as bodas de seu casamento
- e que seu marido providencialmente esqueceu. Porém, a vida com
Schuyler demonstra ser ainda pior. Metido em jogatina e se envolvendo com a
vulgar Toodles (Faye), onde gasta o dinheiro apurado com as jóias de Leila. Esta
decide retornar aos braços do ex-marido, casando-se novamente com este.
Pouco inventivo, inclusive
visualmente, esse filme de DeMille parece por demais preso às convenções da
comédia de costumes oriunda do teatro para ser de fato interessante. Sua
dimensão moralista, explicitada já no título e concretizada na sua apologia à
conformidade com um cotidiano sinônimo de mediocridade que deveria ter endereço
certo junto às platéias femininas aos quais foi primordialmente produzido. Tampouco
deixa de ser grandemente hipócrita e oportunista, ao apresentar momentos de
sensualidade entre Leila e seu futuro
amante, ou homens negros semi-despidos a
servindo, enquanto fantasias de Leila inspiradas nas evocações do amante. No
plano visual, sua dimensão grandemente chapada acentua ainda mais o efeito
teatral. Swanson, no auge de sua beleza, sendo lembrada em Crepúsculo dos Deuses (1950), justamente por sua associação com
DeMille, empresta o tom correto ao seu personagem, longe de excessivo, mesmo
que tampouco sua pretensa sofisticação, antecipadora das “comédias malucas” dos
anos 1930 no trato de questões relativas à diversidade dos gêneros, provoque de
fato o riso, ao contrário das mais despretensiosas e cinematograficamente
plenas comédias de Chaplin, Keaton, Langdon, Lloyd, etc. Destaque para o uso
excessivo dos planos de detalhe, que ajudam na composição dos costumes do
marido e que voltarão a ser utilizados quando da comparação entre os modos
rudes desse em relação ao refinamento enganoso do farsante. Artcraft Pictures
Corp. 71 minutos.
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