Dicionário Histórico de Cinema Sul-Americano#58: Instituto Nacional de Cinematografía
Instituto Nacional de Cinematografia (INC) (Argentina). Após a queda do Peronismo, o governo militar suspendou toda a lesgislação cinematográfica existente e, em 1957, formou o Instituto Nacional de Cinematografia (INC). Seu principal desgínio foi desenvolver "o cinema argentino como uma indútria, um negócio, arte, meio de comunicação e educação" (Falicov, 2007, p. 29). Uma cota de 10% sobre os ingressos foi introduzida em todos os bilhetes para ajudar a financiar a produção local, particularmente os curtas. A censura formal ao cinema foi criada. Os filmes eram categorizados para exibição por qualidade, segundo o esquema de Juan Perón: "A", garantindo a exibição obrigatória, ou "B". Em acréscimo, uma nova escola de cinema estatal foi aberta, o Centro de Experimentación y Realización Cinematográfica (CERC). Na prática, o sistema de classificação beneficiou diretores estabelecidos, que foram mais suscetíveis a receberem uma avaliação "A", que os realizadores menos estabelecidos.
Após o relaxamento das quotas estrangeiras, em 1962, uma nova lei foi introduzida, requerendo de todos os exibidores a projetar um filme argentino para cada seis filmes estrangeiros. Mais de 250 curtas foram realizados entre 1958 e 1963, possibilitando uma "nova geração" dos "60" desenvolver-se, mas os exibidores não foram forçados a apresentar estes filmes. O INC se tornou instável, com dez diretores comandando o instituto em um período de dez anos. Em 1969, uma nova lei sobre cinema foi aprovada, exigindo que 10% das receitas das bilheterias arrecadadas fossem direcionadas ao Fondo de Cine. Sobre um novo regime de Péron, uma profunda reestruturação da indústria cinematográfica ocorreu, e em 1973 Hugo del Carril foi nomeado diretor do INC. Produtores de porte médio e pequeno foram encorajados a diversificar a produção de cinema e houve um retorno aos temas nacionais-populares. Uma nova lei instittuiu uma cota de tela para exibições requiridas de filmes argentinos. Mas com a morte do líder e a ascensão de Isabel Perón assumindo a liderança do país, em 1974, del Carril renunciou a seu posto e foi substituído por outro diretor de cinema veterano, Mario Soffici.
Durante a crise do regime militar seguinte, a produção cinematográfica decaiu de 40 produções, em 1974, para aproximadamente 15, em 1983, mas mudanças radicais foram realizadas no INC, após a eleição de Raúl Alfonsin como presidente da Argentina. Manuel Antín foi apontado como diretor, e imediatamente prometeu restaurar a produção a 30 filmes por ano. Convidou realizadores de todas as convicções políticas a submterem seus projetos a um apoio de co-produção do estado, enquanto reinstalava e reforçava a quota de 10% sobre os ingressos vendidos, que agora iam diretamente ao INC, para cobrir o financiamento de filmes. Em 1989, outro realizador da "era dourada", René Mugica, tornou-se o novo chefe do INC, apoiado pelo vice-diretor Otavio Gettino. Eles tentaram revitalizar a indústria de cinema, mas no primeiro ano somente 13 longas foram produzidos. Gettino assumiu o comando em outubro de 1989 mas, a despeito de seu passado como realizador independente e político, tentou estimular a produção de filmes populares. Na época do comando de Gettino, também se tentou reviver a quota de tela. Em 1990 foi demitido e substituído por José Anastacio, um administrador veterano de longa data e peronista (como Gettino), mas após somente alguns meses no cargo morreu de ataque cardíaco. Guido Parisier, um homem de negócio e amigo próximo do presidente Menem, foi apontado para seu lugar. Era 1991. Apesar do INC ter apoiado 74 produções em 1990 e 1991, somente 17 foram lançadas em 1991. Ver também INSTITUTO NACIONAL DE CINE Y ARTES AUDIOVISUALES (INCAA).
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