Filme do Dia: Hideko, the Bus Conductress (1941), Mikio Naruse

 


Hideko, The Bus Conductress (Hideko no Shasho-san, EUA, 1941). Direção: Mikio Naruse. Rot. Adaptado: Mikio Naruse, baseado no romance de Masuji Ibuse. Fotografia: Ken Azuma. Música: Nobuo Lida. Dir. de arte: Kazumi Koike. Com: Hideko Takamine, Kamatari Fujiwara, Daijirô Natsukawa, Tamae Kiyokawa, Yotaro Katsumi, Keiji Sakakida, Kimie Hayashi, Tsuruku Mano.

Okoma (Takamine) trabalha como cobradora em uma linha decadente de ônibus que cobre uma região provinciana do Japão. Ela e o motorista, Sonoda (Fujiwara), preocupados com o futuro de seu emprego, possuem a idéia de escreverem um roteiro sobre os locais em que o ônibus atravessa,  a serem lidos por Okoma. Como nenhum dos dois possui talento para a escrita, Okoma sugere ao romancista Gonji (Natsukawa), que de pronto acede com o pedido. No primeiro dia que treinam com Gonji a fala de Okoma ocorre um acidente com o ônibus e o patrão da dupla, Kohoku (Katsumi) pede que Okoma destrua os vidros do ônibus para sugerir um acidente capaz de conseguir uma indenização do seguro. Sonoda, temeroso do perjúrio, leva Gonji para interceder por eles.

        Naruse, bem antes de se tornar conhecido e ganhar certo status autoral ainda não envereda pela psicologia de suas protagonistas femininas, no que diz respeito ao sexo e sobreviviência cotidiana – mesmo essa aqui já se encontrando presente, possui mais uma dimensão de crônica leve. Aliás é justamente essa dimensão de singela crônica que mais torna interessante o filme, algo que ganha seu clímax justamente em seu final, quando Naruse consegue superar inclusive seus ambíguos finais em que mesmo o final feliz nunca o é de todo. Aqui, de modo perverso – ao apresentar Okoma vencendo a timidez para apresentar pela primeira vez os atrativos da viagem, compartilhando uma felicidade que mesmo sendo a última imagem do filme sabemos o quão efêmera é, já que seguida justamente da confissão do proprietário da empresa de que irá demiti-la. Seu tom leve de humor pode soar anacrônico aos olhos de hoje, mas é igualmente um de seus trunfos. O fato do título anunciar o nome da atriz e não o de sua personagem pode sugerir que Takamine, na primeira de suas 17 colaborações com o realizador, já encontrava sua celebridade na história do cinema nipônico.  Nano Eiga para Toho Co. 54 minutos

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